1. Mostra fotográfica: o pulsar do tempo – um espectral teatro de reflexos
Descrição: Mostra da qual fizeram parte um conjunto de 30 fotografias do Frigorífico Anglo, antes do projeto de restauração atualmente em vigor. Essas fotos foram realizadas pelo aluno do curso de História da UFPel, Gilberto Carvalho (um dos integrantes do grupo), e o processo de construção e conceituação da Mostra foi um trabalho coletivo do Laboratório. A Mostra tematizava a memória urbana e a (im)possibilidade do esquecimento. Tomava assim, como metáforas visuais, as ruínas do Frigorífico Anglo-Pelotas. Explorando essa forma de representação e a ilusão de progresso nela contida, através da fotografia instigávamos o olhar enquanto elemento inovador e criador de outras realidades, Para tanto, buscamos não a admiração, mas a experimentação da fotografia como atitude poética e plástica de resistência num mundo de abandono e desencanto.
Conceito: Seguindo pelos fragmentos fotográficos, faces da verdade, lampejos de sombras, instantes às margens, ruínas que pelo sobressalto indicam uma metafórica perspectiva, instala-se a suspeita, permanece a imagem e por ela uma outra luz, percebe-se então a medida do tempo da vastidão…expressão da pura revelação…Origens? Ruínas?
Retomando os conceitos de origem e ruína em Walter Benjamim compreendemos que origem não significa gênese, origem é fluxo que não faz parte do mundo dos atos e cujo ritmo revela-se como uma visão dupla: é tanto restauração-produção como também é algo de incompleto e inacabado. Se origem não é gênese, ruína não significa fim. A ruína carrega a ambigüidade de ao designar o que foi destruído, apontar para a reconstrução possível a partir dos escombros. Um duplo sentido, portanto no conceito de ruína, recapitulação do sofrimento e emancipação, memória da injustiça, lugar de resistência e por que não dizer, lugar de luta.