Apresentação

O Laboratório de História Oral (LaHO), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), foi fundado em 2010, para ser um local de arquivamento do acervo audiovisual e escrito de entrevistas e das demais atividades que englobam a metodologia de História Oral.

Este “banco de memórias” é continuamente acrescido por narrativas, novos projetos de extensão e pesquisa, pela colaboração de professores, estagiários, bolsistas e voluntários que se interessam pela metodologia.

O LaHO, além de desenvolver atividades vinculadas ao Núcleo de Documentação Histórica (NDH), como entrevistas, transcrições e guarda de acervo, serve de espaço para práticas de intervenção de alunos dos cursos de História.

O acervo conta o material dos seguintes projetos:

“Colonos da Palma: a individualização do coletivo”, no qual foram entrevistados trabalhadores vinculados ao Movimento Sem Terra, que ocuparam a Fazenda da Palma, no fim da década de 1980.

“Reconstrução da Memória Histórica da UFPel”, que buscou reconstruir a História da UFPel para que sua memória não se perdesse, ouvindo fundadores da universidade, em suas várias unidades e também coletando fotografias e materiais relacionados à época da ditadura militar e às eleições para reitor.

O projeto “Clubes Carnavalescos de Pelotas” foi formulado com o objetivo de salvaguardar a memória de tais clubes, através de entrevistas de História Oral temática e da salvaguarda da documentação existente. Dois desses clubes, ainda existentes e em funcionamento, são o Fica Aí Pra Ir Dizendo e o Chove Não Molha.

“Os judeus em Pelotas, RS: da perseguição ao estabelecimento”, foi um projeto que coletou entrevistas com judeus, buscando compreender os motivos de sua migração, seus anseios em relação à cidade, a recepção que tiveram, o cotidiano de suas vidas, marcas de religiosidade e cultura. Os judeus formam uma comunidade bastante organizada, sendo que no início da imigração atuavam principalmente no comércio, e hoje são, sobretudo, médicos, magistrados, professores.

Histórias de uma doença e de seus enfermos: tuberculose e tuberculosos em Pelotas (RS) 1930 – 1960” é um projeto que possibilita perceber a história dessa doença na cidade, em múltiplas visões: médicos, pacientes, familiares e de uma visitadora sanitária. O período também é expressivo, pois, na década de 20 inicia-se a vacinação pela BCG; nos anos de 1930 desenvolve-se a abreugrafia e na década posterior a estreptomicina, as quais contribuem para aumentar a vida do enfermo e mudar as percepções em relação à doença.

“Memórias da Cidade: Pelotas através dos seus moradores” buscou coletar depoimentos de moradores sobre a história de Pelotas. É o único projeto do acervo desenvolvido com a metodologia de História Oral de Vida.

“À beira da extinção: memórias de trabalhadores cujos ofícios estão em vias de desaparecer”, no qual se observa o cotidiano de vida dos trabalhadores durante a segunda metade do século XX no Brasil, com o objetivo de preservar os seus relatos, verificar suas posições em relação a um mundo a cada dia mais industrializado, que acabou extinguindo uma gama de ofícios, até então vistos como imprescindíveis. Este projeto traça paralelos e contrapontos entre os ofícios em extinção e os processos da Justiça do Trabalho de Pelotas, 1940 – 1995, que integram o NDH. Dentre os ofícios já entrevistados estão os de alfaiates, chapeleira, relojoeiros, benzedores (homens e mulheres), parteiras, entre outros. Estas entrevistas foram realizadas nas cidades de Pelotas, Piratini, Jaguarão, São Lourenço do Sul e Sant’ana do Livramento. É o projeto atual, que possui narrativas coletadas há cerca de seis anos e agora começam a integrar o banco de arquivamento do LAHO.

Coordenadora: Profa. Dra. Lorena Gill