O envelhecimento deve ser compreendido como uma construção a ser moldada a partir de uma pluralidade de abordagens, práticas e valores culturais. Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que até 2050 o número de pessoas com mais de 65 anos dobrará; isto provocará inúmeros novos desafios, especialmente para os Países de Baixa e Média Renda (PBMRs), como o Brasil. O envelhecimento saudável é pautado em algumas questões fundamentais como: a inclusão de idosos em um ambiente de cidade amigável, o desenvolvimento de práticas intergeracionais nos espaços públicos e políticas públicas voltadas para o envelhecimento no local, além de garantir a eliminação de barreiras que impedem os idosos de ter uma participação social e cívica adequada na cidade. Os estudos com idosos compreendem três dimensões espaciais, que correspondem a diferentes níveis de interação e memória: 1. a cidade, o espaço público compartilhado; 2. o bairro, o espaço privado; e 3. a casa. Essas três dimensões devem ser analisadas em conjunto para que o processo de envelhecimento ocorra em um ambiente saudável, permitindo a autonomia do idoso e fortalecendo os vínculos sociais por meio de redes locais (como o bairro) e abordagens para evocar narrativas memoriais, fundamentais na afirmação da identidade social.
O Núcleo Cidades Saudáveis, Envelhecimento e Cidadania envolve acadêmicos dos Programas de Pós-graduação em Arquitetura e Planejamento, Memória Social e Patrimônio Cultural, Odontologia, Educação Física e Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas. Iniciado em 2018 e será executado até dezembro de 2023, o Centro trabalha com Reino Unido, França, Argentina e Chile, compondo um dos maiores Projetos Institucionais da Universidade Federal de Pelotas.
Contamos também com a participação internacional do Instituto Urbano da Universidade Heriot-Watt de Edimburgo (Reino Unido), do Laboratório de Sociologia, Memória e Cognição da Universidade de Nice-Sophia Antipolis (França), da Universidade Nacional da Patagônia (Argentina), e Universidade de Bío-Bío (Chile). O ponto de partida deste Centro foi o Projeto PlaceAge financiado pelo Economic and Social Research Council (ESRC), coordenado no Reino Unido pelo Professor Ryan Woorych da Heriot-Watt University em Edimburgo, e no Brasil pela Professora Adriana Portella (2018-2023) e pelo Professor Eduardo Rocha (2023-) da Universidade Federal de Pelotas. O Laboratório de Estudos do Comportamento (LabCom) faz parte do Centro.
O Núcleo faz parte do Programa Internacional CAPES PRINT do Governo Federal Brasileiro. O objetivo é estimular a construção, implementação e consolidação de planos estratégicos de internacionalização; estimular a formação de redes internacionais de pesquisa; ampliar as ações de apoio à internacionalização em programas de pós-graduação; promover a mobilidade de docentes e discentes (com ênfase em doutorandos, pós-doutorandos e docentes no exterior e para o Brasil); fomentar a transformação das instituições participantes em um ambiente internacional; e integrar outras ações de promoção da CAPES ao esforço brasileiro de internacionalização.