O aluno do curso de Engenharia Hídrica e bolsista AF-UFPel, Edgar Ramalho Santos, defendeu o seu TCC sobre o Monitoramento da qualidade da água da Lagoa Mirim utilizando imagens de satélite para detecção do NDCI e estimativa de clorofila-a.
“As florações de fitoplâncton são ocorrências naturais que podem ser influenciadas pela ação antrópica. Esses eventos podem trazer dificuldades para manutenção da saúde pública, pois aumentam o nível de toxicidade em corpos hídricos, gerando também danos econômicos aos órgãos gestores de saneamento.
Portanto, para analisar a condição da água e propor novas ferramentas de análise, foram levantados dados referentes ao monitoramento da qualidade das águas superficiais da Lagoa Mirim e Canal São Gonçalo, da Agência de Desenvolvimento da Bacia da Lagoa Mirim (ALM), no período de 2018 a 2020, totalizando 8 pontos de amostragem (1 no canal e 7 na lagoa).
As variáveis examinadas foram clorofila-a, nutrientes e variáveis complementares, onde o fósforo se destaca atingindo índices consideravelmente acima dos padrões normativos. O Índice de Estado Trófico e o Índice de Qualidade da Água foram quantificados e avaliados, resultando na predominância de um grau de trofia intermediário a elevado e em uma classificação minimamente “regular” para a qualidade da água. No Brasil, as florações que alteram a trofia da água ainda não possuem um sistema de monitoramento espaço- temporal que permita entendê-las quanto ao seu desdobramento em meio aquático, no sentindo de antecipar a necessidade de tratamento e direcionar os esforços para redução de ocorrências. O fitoplâncton, caracterizado espectralmente no meio aquático pela presença de clorofila-a, necessita de condições favoráveis para o seu desenvolvimento.
Desta forma, o presente trabalho foi dedicado à busca por consolidar uma ferramenta de monitoramento das florações de fitoplâncton, identificando a presença de clorofila-a por meio do Índice de diferença normalizada da clorofila (NDCI) em meio aquático. Tal busca atrela o sensoriamento remoto e a computação em nuvem, na tentativa de cruzar dados históricos de qualidade da água na Lagoa Mirim com dados de satélite, a fim de gerar um algoritmo capaz de representar as condições das águas da lagoa. Este trabalho resulta em dados espaço-temporais que possibilitam uma perspectiva diferente para a qualidade das águas da Lagoa Mirim e em uma proposta de inovação e aprimoramento dos sistemas de monitoramento aquático.”