Como o BRICS e o G20 se relacionam?
“Eu acredito que a melhor forma que o BRICS tem para atuar é essa. Então existe realmente uma preocupação, na minha opinião, nesse sentido, e o G20 pode ser uma forma interessante de o agrupamento exercer maior influência”, afirma o especialista.
BRICS pode contribuir para a retomada econômica do Brasil?
“As potências imperialistas que lá estão ainda podem fazer muita pressão sobre Estados como o Brasil, boicotando e sabotando possibilidades de retomada do desenvolvimento econômico. O que pode ser feito até vem sendo costurado de maneira bem moderada; são acordos bilaterais comerciais e de investimentos. A questão não é como o BRICS pode ajudar o Brasil, mas o que o Brasil quer do BRICS”, destaca.
Dilma reconduzida ao NBD fortalece as demandas brasileiras?
“Além de ser um sinal de prestígio e de reconhecimento do bom trabalho desempenhado pela ex-presidente, permite uma influência e sensibilidade maior no Novo Banco de Desenvolvimento em relação às demandas nacionais e com relação direta com o país, considerando todo o poderio financeiro da instituição, que já nasceu com um aporte gigantesco, servindo de alternativa aos foros tradicionais de financiamento, os quais normalmente exigem condições draconianas ou desvantajosas aos países da periferia”, afirma.
“Eu só reforço o papel do Brasil e acredito que este é fundamental. Nós temos uma brasileira comandando o principal banco do Sul Global, que faz frente, de algum modo, pelo menos no discurso, às instituições tradicionais que nós temos no mundo, como o FMI [Fundo Monetário Internacional], o Banco Mundial etc. O Brasil consolida seu papel de player importante, logicamente, dentro das suas capacidades.”