Programa que objetiva divulgar os acervos listados no site Fotografia do Trabalho no Rio Grande do Sul, empregando como recurso a descrição de fotografias históricas em uma proposta de audiodescrição expressiva adaptada para a circunstância do rádio. A metodologia empregada parte da adaptação da proposta de audiodescrição expressiva desenvolvida pela audiodescritora Josélia Neves, que assim a define:

“[…] proposta inclusiva que aceita a subjetividade e advoga a expressividade. […] propõe-se dar pistas de interpretação e fruição perceptível por TODOS, inclusive aqueles que se vêem condicionados por limitações sensoriais. Todas as áudiodescrições pressupõem o respeito pela realidade descrita, naquilo que a torna única, e no dever de dar ‘a ver’ na sua essência e unicidade, através de sensações acústicas, realizadas por códigos verbais (palavra) e não-verbais (efeitos sonoros e música)” [1]

O programa iniciou descrevendo fotografias do acervo da Fototeca Memória da UFPel[2]. Nesse momento, o objetivo foi o de criar mecanismos de reconhecimento do acervo pelo público acadêmico da universidade através da divulgação da página web da fototeca.

Hoje, verificada a eficiência do programa como recurso de divulgação, emprega-se a estratégia neste projeto de pesquisa.

Outrossim, observou-se que o “ouvir a fotografia” pode despertar no espectador diversas sentidos quanto à imagem que está sendo narrada, tanto nos videntes como nas pessoas privadas parcial ou totalmente da visão. Escutar a fotografia é poder recriá-la, atribuir sentidos novos, deslocá-la do contorno imediato da imagem para outros, talvez até mais intensos. Assim, o programa cumpre incentivar o público a imaginar a fotografia, torná-la não apenas um veículo da memória, mas um alimento para a criação individual.

O exemplo abaixo poderá ser conferido pelo visitante.

Fotografia para ouvir – Seleção do velo de lã