A representação do boxe brasileiro nas Olimpíadas

Desde 2012 o Brasil tem visto o boxe se erguer como uma das principais forças nacionais na conquista de pódios olímpicos, abocanhando sete medalhas nas últimas três edições

A longa história do boxe nas Olimpíadas começa ainda na Grécia Antiga, onde seus lutadores utilizavam apenas pedaços de couro para a proteção das mãos. Quando transportamos o boxe para o mundo moderno, a categoria não participou nas duas primeiras edições, mas desde 1904 se fez presente em todas as Olimpíadas. 

O Brasil tem trilhado uma longa caminhada no esporte, possuindo representantes no Boxe desde 1920, conquistando sua primeira medalha em 1968, ocasião em que o lutador Servílio de Oliveira ganha a medalha de bronze. Após o feito, o Brasil ficou 11 jogos Olímpicos sem subir ao pódio. 

Servílio de Oliveira – Imagem retirada da Fundação Cultural Palmares

Mas tudo mudou no ano de 2012, quando os dois irmãos Falcão e Adriana Araújo passaram para as quartas de finais, garantindo duas medalhas de bronze e uma de prata. Nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, o Brasil conquistou seu primeiro ouro, através da vitória de Robson Conceição. 

Nas Olimpíadas de Tóquio em 2021, o Brasil viu sua nova potência se consolidar no esporte, ao apresentar três medalhas, uma de ouro com Herbert Conceição, uma de prata com Beatriz Ferreira e outra de bronze de Abner Teixeira. Sendo o melhor quadro de medalhas do Brasil na ocasião, superando esportes tradicionais como judô e vôlei.

Para a competição deste ano o Brasil já conta com dez atletas classificados para a modalidade, e tem a expectativa de conquistar três ou quatro medalhas na categoria. 

Beatriz Ferreira levanta sua medalha de prata em Tokyo 2020

Imagem retirada do Comitê Olímpico Brasileiro

O que levou a explosão do boxe no Brasil?

Segundo a Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe), desde 2009 foi adotado um novo modelo de gestão em busca de resultados. Com foco no atleta e na modalidade, houve investimento em infraestrutura e valorização das federações. Com um centro de treinamentos localizado em São Paulo, a CBBoxe oferece todos os equipamentos necessários, além de uma equipe multidisciplinar, para a evolução no esporte. 

Em uma entrevista com a boxeadora Graziele Jesus, que integra a seleção brasileira desde 2014 e participou das Olimpíadas em 2020, diz: “Temos um processo de treinamento que dura quatro anos, que antecede as olimpíadas, participando de campeonatos nacionais e internacionais”. Graziele menciona que o boxe é sua profissão, ela afirma: “quem é atleta de alto rendimento precisa encarar o esporte como um trabalho”.

Ter uma representação tão forte e presente no esporte garante que cada vez mais pessoas desenvolvam interesse pelo boxe aqui no Brasil, uma modalidade que ao ir além do lado competitivo, é uma fonte de diversos benefícios, tanto físicos como psicológicos. 

Redação: Everton Iberse

Você pode gostar...