De 1 a 15 de Agosto de 2022
Corredor 14 (Pelotas, RS)
Sobre a residência
A ZERO, é o momento em que nós do Corredor 14 abrimos a porta do ateliê para abrigar produções e experimentações de outros artistas, seja por meio de edital ou convite, a ZERO não tem um formato específico, mas seu cerne consiste numa experiência a partir do encontro e da troca entre os artistas do ateliê e quem estamos recebendo.
Nesta 3º Edição, convidamos a artista Martha Gofre para investigar relações entre a sua produção e um dos trabalhos do artista Renan Soares. A partir de um processo intenso de imersão no ateliê e um embate com as esculturas da Série Quimeras a artista desenvolveu uma série de imagens que foram ao encontro de seus interesses sobre o corpo, o objeto e a casa, a qual dá o nome de ASSOMBRO.
“A residência ASSOMBRO propõe-se a partir da exploração de objetos pré-determinados. Cabe neste título a intenção de entender as projeções com luz que fazem parte de tais objetos, as sombras produzidas – o recorte de um outro sujeito. Junto a isso pretende-se encontrar uma dose de espanto nas articulações de tais peças com os movimentos e os gestos que trazem a memória da casa, bem como daquilo que versa a respeito de uma intimidade ordinária.”
Texto extraído do material de divulgação em @corredor_14
Durante o evento de encerramento da residência, em uma breve exposição como demarcação de um espaço de investigação a ser compartilhado, foram expostos alguns vídeos curtos, anteriores a esse projeto, que direcionam a percepção para um embate com um corpo feminino dentro do espaço doméstico. Estes vídeos pairavam através de escoras de madeira, em uma distribuição irregular pela sala escura em que estavam, convidando a um tempo suspenso de observação. Nas três tvs rodavam a mesma sequência de imagens que alternavam-se em coincidências possíveis devido as distintas durações. Naquele espaço tempo, o ritmo de cada sequência foi reduzido ao mínimo, entre um mover-se e um estar parado.
Ainda neste momento de encerramento, foi apresentada uma performance entre os dois artistas. As esculturas da Série Quimeras foram exploradas simultaneamente em uma situação espacial que afunilava o olhar do público a partir do corredor que constitui o espaço expositivo, dando vazão a uma construção sonora articulada com os desdobramentos do corpo. As sombras produzidas por esses objetos em sua manipulação, fixavam-se momentaneamente pelas paredes, enquanto que, nessa configuração proposta, somavam-se a elas as próprias sombras dos artistas filtradas por um anteparo translúcido que os separava de quem olhava.
Por fim, foi apresentado ainda o documentário produzido ao longo da residência, disponível abaixo.
