Ideias inovadoras, produção de tecnologia e criações que vão beneficiar a sociedade ganharam mais uma vez espaço de destaque no Congresso de Inovação Tecnológica (CIT) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O encontro, que integra a 5ª Semana Integrada de Inovação, Ensino, Pesquisa e Extensão (SIIEPE), vem crescendo a cada edição. Nesta, a terceira, são 83 trabalhos sendo apresentados – o dobro desde que o CIT foi criado.
O encontro está sendo realizado no Campus Capão do Leão, juntamente com os demais eventos que integram a SIIEPE e conta com a participação de estudantes de graduação e pós-graduação, empresas incubadas, bolsistas de Inovação Tecnológica da Universidade e atores da inovação social – que desenvolvem tecnologias que geram benefício para a comunidade e não necessariamente são voltadas para o mercado. Empresas e representantes do setor de inovação de Pelotas e região foram convidados a prestigiar as apresentações, trocar ideias e interagir com os pesquisadores.
Para o coordenador de Inovação Tecnológica da UFPel, Vinícius Campos, o público tem correspondido e marcado presença no encontro. O próprio estímulo ao desenvolvimento tecnológico, transferência de tecnologia e inovação que vem sendo experimentado na UFPel – haja vista o crescimento no ranking Times Higher Education (THE) – vem criando um espaço mais amplo de discussão e evidencia o potencial da UFPel no segmento. De acordo com ele, o conceito de desenvolvimento de tecnologia e empreendedorismo na Universidade está ligado a produtos, processos e melhorias para a sociedade. “Como instituição pública, com responsabilidade social, é importante que isso seja disseminado e que se discuta cada vez mais dentro da Universidade”, pontuou.
Atualmente, as áreas com maior envolvimento na produção tecnológica são Biotecnologia, Odontologia, Engenharias, Ciências Agrárias e Tecnologia da Informação.
Ciência para a vida
Atenta ao período crítico para a vaca leiteira – três semanas pré e pós-parto -, a estudante do oitavo semestre de Zootecnia Jordani Cardoso apresentou na CIT sua pesquisa voltada para a suplementação animal nesse período em forma de gel. De acordo com a pesquisadora, é justamente nessa fase, quando precisa de mais nutrientes, que a vaca leiteira consome menos alimento e pode estar sujeita a problemas como falta de cálcio e fósforo, deslocamento no intestino, retenção de placenta e mastite. Jordani explica que são doenças comuns e atendidas por muitos fármacos que visam a suplementação energética, porém, com a necessidade de aplicações diárias. Isso dificulta a vida do produtor.
Assim, a pesquisadora, que atua no Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária (NUPEEC), trabalha para que essa suplementação possa ser feita em forma de gel, com liberação lenta e sustentada, que minimiza o manejo. Jordani trabalha com estudos in vitro para descobrir polímeros que ajudam na gelificação – ou seja, que aumentem o nível de mineral sem, no entanto, deixar o produto aguado. No momento, o estudo já possibilita suplementar a vaca por até quatro dias apenas com uma aplicação. O produto já está em processo de patente. “A SIIEPE como um todo é incrível. Podemos ver o quanto os graduandos estão evoluindo e desenvolver nosso senso de cientista. Nossos trabalhos se tornam públicos e qualquer pessoa pode ter acesso. Isso é extremamente importante para o nosso crescimento”, observou a pesquisadora, que no ano passado já ganhou prêmio de destaque no CIT com outro estudo.
CIT
O CIT está sendo realizado até sexta-feira (25), no Auditório B da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM). Veja a programação completa do CIT aqui. Outras informações sobre a SIIEPE podem ser consultadas no site do evento.
FONTE: Coordenação de Comunicação Social