Não deixe sua empresa morrer: use o plano de negócios

Para fugir dos altos índices de mortalidade das micro e pequenas empresas, a solução é o planejamento.

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O plano de negócio é um planejamento detalhado dos principais aspectos de uma empresa. Nele, são analisados os itens descritos a seguir.

  • Aspectos técnicos – por exemplo, a escolha das máquinas e dos equipamentos a serem utilizados.
  • Aspectos econômicos – a localização da empresa, do mercado e dos competidores, os produtos a serem comercializados, a logística de transporte.
  • Aspectos financeiros – a previsão de faturamento (receita), o cálculo dos custos fixos e variáveis e a previsão de resultados (lucros ou prejuízos).

O plano de negócios auxilia na tomada de decisão sobre levar adiante o projeto. Com planejamento, as chances de sucesso de um negócio aumentam substancialmente. Atualmente, o índice de mortalidade das micro e pequenas empresas brasileiras, nos primeiros cinco anos de existência, ainda é alto.

As razões são conhecidas e não se limitam somente ao caso brasileiro. Em países desenvolvidos, notadamente nos Estados Unidos, esse fenômeno também ocorre.

Diversas instituições brasileiras, como federações e associações empresariais, universidades e Sebrae, entre outras, têm feito um esforço para promover o desenvolvimento empresarial brasileiro.

Causas de fechamento

De acordo com pesquisa realizada pelo Sebrae envolvendo todos os estados brasileiros, entre agosto de 1998 e junho de 1999 (Fatores Condicionantes e Taxa de Mortalidade de Empresas), foram identificadas três causas decisivas para o fechamento precoce das micro e pequenas empresas:

O porte do empreendimento

No universo de micro e pequenas empresas, quanto maior o porte, maiores as chances de sucesso do negócio. De acordo com essa pesquisa, o percentual de pequenas empresas em atividade  superior ao de extintas. O mesmo não se pode dizer das microempresas.

Com estas, ocorre exatamente o contrário: há, entre elas, maior percentual de empresas extintas do que em atividade, principalmente nos três primeiros anos.

Experiência do empreendedor

O conhecimento de que o empreendedor dispõe sobre o ramo de atividade no qual quer ingressar ou já ingressou. Em 11 Estados pesquisados, esse fato confirmou-se.

Quanto maiores o conhecimento e as experiências vividas no negócio em que se pretende atuar, maiores as chances de sucesso.

Dedicação exclusiva ao negócio

A pesquisa mostrou que aquele empresário que se dedica exclusivamente ao negócio, principalmente no primeiro ano de atividade, tem maiores chances de sucesso do que aquele que possui outra ocupação.

Tentar conciliar emprego com uma atividade empresarial é complicado. A probabilidade de insucesso é bem mais elevada.

Dificuldades e lições

Outras dificuldades enfrentadas pelos empresários de micro e pequenas empresas, também detectadas nessa pesquisa, são as já conhecidas pelo Sebrae e pela maioria dos empreendedores: falta de capital de giro, carga tributária elevada, crise econômica e aspectos conjunturais. 

Outros dados do Sebrae dão conta de que muitos empresários desprezam lições simples como, por exemplo, informar-se sobre o seu mercado potencial e sobre como funciona a concorrência, quem serão seus fornecedores e outras informações básicas.

Na hora de montar um negócio, deve-se cuidar da emoção, analisando racionalmente todos os prós e os contras do negócio.

Já uma pesquisa realizada pelo BNDES, em dezembro de 2001, revela que nas empresas que estão no mercado por mais de cinco anos, em muitos casos, os empresários passaram cerca de nove meses pesquisando e informando-se sobre o futuro negócio. Ou seja, nada de precipitação na implantação do empreendimento.

Dicas para evitar erros

Veja, a seguir, alguns conselhos para evitar os erros dos iniciantes.

  • Planejar antes de montar sua empresa. Analisar os clientes potenciais, os fornecedores e os concorrentes. Isso evita surpresas desagradáveis.
  • Procurar um diferencial. Compare seu produto ou seu serviço com o dos concorrentes. Sem uma vantagem competitiva, as chances são poucas.
  • Estude a legislação do segmento. Conheça bem as normas de segurança, as normas sanitárias e as normas tributárias que devem ser respeitadas. Muitas empresas fecham por falta de atenção a esse aspecto.
  • Cuidar das finanças. O equilíbrio entre receita e despesa deve ser constante. Sempre que possível, o empresário deve procurar comprar a prazo e vender à vista. Na ânsia de ganhar clientes, muitos fazem exatamente o contrário.
  • Garantir reservas financeiras para os primeiros anos e evitar as dívidas. O BNDES diz que o terceiro ano é um dos mais difíceis, porque o empresário já esgotou todas as reservas de que dispunha.
  • Separar a empresa do empresário. A confusão é comum nas pequenas empresas. Se precisar de uma retirada desde o início, estabeleça um percentual x sobre o faturamento. Se possível, o empresário deve abrir uma conta corrente exclusivamente para a empresa.

O plano de negócios pode esclarecer um pouco mais todos esses aspectos e proporcionar maior garantia quanto à viabilidade do negócio.

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