“Precisamos ter empatia pelas pessoas que trabalham aqui”: obstáculos encontrados no Restaurante Universitário do Campus Anglo

Por Bárbara Carvalho e Murilo Schurt Alves

Situado na zona portuária da famosa princesa do sul, o Campus Anglo da Universidade Federal de Pelotas é um dentre as mais de 100 instituições federais do país a contar com uma estrutura de restaurante universitário nas dependências do próprio campus. O RU, como é carinhosamente apelidado pelos estudantes, foi oficialmente inaugurado em 11 de março do ano de 2019. A obra durou três anos e custou 2 milhões de reais em investimentos.

O valor cobrado pela refeição aos estudantes não bolsistas é de R$2,00 desde o dia de sua inauguração. Já o valor cobrado aos servidores sofreu reajustes ao longo dos anos e, atualmente, é de R$10,30. O restaurante funciona de segunda a sexta-feira, no período diurno das 11 horas da manhã às 14 horas da tarde. Já à noite, funciona das 17 horas às 20 horas.

Atualmente, o restaurante é administrado pela empresa terceirizada Norte Sul, a qual, além de ser a responsável por definir o cardápio, também exerce controle rigoroso de qualidade sobre a alimentação.

Infraestrutura e exemplo de cardápio do Restaurante Universitário (Fotos: Bárbara Carvalho)

A demanda do restaurante é imensamente grande e abrangente, o fluxo matinal ultrapassa a casa das centenas chegando a servir mais de 1.000 mil refeições apenas no tuno diurno. Além disso, há também estudantes bolsistas os quais são avaliados e catalogados pelo órgão da universidade, a PRAE (Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis), aos quais é fornecida a refeição sem nenhum custo. É também disponibilizada uma ceia além da refeição (podendo variar sendo um salgado, um muffin ou um sanduíche).

Apesar do grande fluxo, a qualidade das refeições permanece, segundo o relato de alguns alunos que frequentam o RU. “Entre os três restaurantes que frequento, esse aqui do Campus Anglo é o melhor”, conta Hosana Rockembach, aluna do curso de enfermagem. Já Amanda Marin, aluna do curso de jornalismo, afirma que: “particularmente, gosto muito do serviço do Anglo, é um espaço extremamente limpo e com profissionais competentes. A comida do RU em si eu acho extremamente justa e de acordo com o valor. Claro que há dias nos quais o cardápio não agrada a todos, mas no geral fico bem satisfeita com o serviço do RU”.

Mesmo em meio a elogios, a equipe de funcionários do restaurante afirma que existem alguns problemas por parte de alguns alunos. “Tem desrespeito, a mim não afeta muito, não é escolha minha os preparos, tudo vem determinado pela empresa. O que mais me chateia é que não é só eu que faço, é toda uma equipe, então quando a gente ouve que a comida está ruim, eles não estão falando só de mim, mas de toda uma equipe. A gente já foi até ameaçado só por tentar retirar um dos cães de dentro do restaurante”, relata o cozinheiro Bruno.

Já a nutricionista Julia Correa pode vivenciar ambas as realidades, tanto como aluna quanto como funcionária. “Quando aluna, estagiei no RU, então minha opinião de aluna se assemelha a de funcionária, a qualidade pode sim mudar, mas existem coisas que não estão no nosso alcance. Precisamos ter empatia pelas pessoas que trabalham aqui, pois eles fazem um trabalho excelente dentro do que podem”.