GT – De Eva a Maria: A (des)construção de gênero e as relações de poder na literatura e nas artes.

Grupos de trabalho GT7

Coordenadoras:

  • Profa. Dra. Michele Vasconcelos Oliveira do Nascimento (FURG) 
  • Prof. Dr. Rodrigo Santos (FURG)

Na sociedade Ocidental, de cultura judaico-cristã, os mitos da criação perpetuaram a mulher como o “Outro” do homem, o diferente negativo, justificando a submissão e subserviência. Lilith ou Eva, a mulher encerra em si a desobediência à Lei do Pai, a sua “natureza” é a transgressão, impuro é o seu corpo, como tudo que dele provém (Cf. BEAUVOIR). A sexualidade feminina é interdita, com a repressão do corpo e desejos.

Assim, Maria Mater, a mulher resignada, maternal e da família tornou-se o ideal feminino a ser seguido nesta sociedade. A mulher passou a ser representada de forma antagônica e maniqueísta: o bem e o mal, produzindo os estereótipos sociais. Essas representações femininas – míticas – resultam as construções históricas das relações de gênero, repletas de significados e de relações de poder, que podem ser apreendidas e analisadas a partir do desenvolvimento do conceito de gênero como culturalmente construído, uma categoria de análise histórica (SCOTT).

Considerando que tais representações do feminino se manifestam em todas as áreas da cultura e da produção de saberes, produzindo e reproduzindo imagens e símbolos que reafirmam esses modelos e as relações de poder envolvidas, o presente GT acolhe discussões que visem à análise e à problematização da construção desses estereótipos, assim como a sua desconstrução, na literatura e nas artes, tomando como base as discussões desenvolvidas pelos estudos de gênero e pela crítica feminista nas últimas décadas.