Quem somos

 

O Núcleo de Reabilitação da Fauna Silvestre (NURFS) e o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) foram criados por iniciativa do Instituto de Biologia em associação com a Faculdade de Veterinária para atender a uma demanda regional específica de atenção a Fauna Silvestre Brasileira.

Devido a crescente preocupação pública em relação à situação crítica de algumas espécies ameaçadas de extinção, o interesse pelo bem-estar da vida silvestre tem aumentado nas últimas décadas. Como reflexo, Centros de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) decorrentes de convênios do Ministério do Meio Ambiente via Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) com Universidades e Prefeituras, seguem sendo planejados e instalados em vários Estados brasileiros. O objetivo básico destes Centros consiste na recepção de animais oriundos do tráfico ilegal, no tratamento e reabilitação de animais silvestres feridos ou órfãos (normalmente provenientes de apreensões), seguido preferencialmente por sua reintrodução ao seu ambiente natural. Alternativamente, animais que não podem mais ser devolvidos a seu habitat são adaptados a esquemas de reprodução em cativeiro, exibição para fins de educação ambiental ou pesquisa.

Desde 1998, a Universidade Federal de Pelotas, por meio do Instituto de Biologia e Faculdade de Medicina Veterinária, recebem e tratam animais silvestres que são encontrados feridos, órfãos ou apreendidos pelos órgãos de fiscalização ambiental na Região Sul. As atividades são fruto de um Termo de Cooperação firmado pelo IBAMA e UFPEL, no qual esta universidade, por meio do Núcleo de Reabilitação de Fauna Silvestre (NURFS) se encarrega da recepção e tratamento dos animais.

O NURFS é formado por um grupo multidisciplinar de profissionais das áreas de Medicina Veterinária e Ciências Biológicas, técnicos e docentes do Instituto de Biologia e Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Pelotas.

O NURFS – CETAS/UFPEL atualmente é a principal referência de apoio ao trabalho de fiscalização e apreensão de animais silvestres capturados de forma ilegal pelas Polícias Ambiental, Civil e Militar Estadual e Federal na região sul do Rio Grande do Sul.

Área de atuação do NURFS. (Clique na imagem para ampliar)

OBJETIVOS

 

  • Receber, triar, tratar e reabilitar os animais silvestres feridos, órfãos ou oriundos do tráfico ilegal apreendidos pelos órgãos de fiscalização ambiental, buscando, sempre que possível, sua devolução à natureza;

 

  • Desenvolver uma consciência ecológica na comunidade em geral, promovendo campanhas, palestras, visitas monitoradas, produção de vídeos, venda e distribuição gratuita de artigos com temas ecológicos, entre outros, que divulguem as atividades desenvolvidas e alertem o público sobre a necessidade de conservação e proteção do meio ambiente;

 

  • Elaborar projetos sobre manejo e sanidade dos animais silvestres, publicar achados clínicos e tratamentos, descrição de patologias, parasitologia, hematologia, anatomia, fisiologia da reprodução, entre outros;

 

  • Orientar estágios, monografias e teses de graduandos e pós-graduandos, assim como subsidiar pesquisas científicas que não impliquem em danos aos animais tratados e que forneçam subsídios à melhoria das condições de bem-estar e saúde dos animais pertencentes a fauna silvestre brasileira.

 

  • Firmar convênios para intercâmbio de especialistas com outras instituições que desenvolvam atividades afins e para o treinamento e qualificação de mão-de-obra especializada para esta atividade.

 

COORDENADORES

 

Prof. Dr. Luiz Fernando Minello – Coordenador do Colegiado Administrativo e da área Biológica;

Profa. Dra. Raqueli Teresinha França – Coordenadora da área de Medicina Veterinária.

 

NOSSA HISTÓRIA

 

As atividades iniciaram em 1998 devido a assinatura de um Termo de Cooperação firmado pelo IBAMA, UFPEL, UCPEL e Prefeitura Municipal de Pelotas, que implicava na construção de um Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) junto a Estação de Aqüicultura da UCPEL, ficando a cargo da UFPEL o atendimento clínico e cirúrgico dos animais. Diante ao aumento progressivo no número de animais que chegavam machucados e a preocupação com o bem-estar animal, o Instituto de Biologia da UFPEL, em 2002, abriu um espaço provisório para a criação de um Núcleo de Reabilitação de Fauna Silvestre e Centro de Triagem de Animais Silvestres, o qual funcionou através de trabalho voluntário de professores, funcionários e alunos, além do apoio recebido de fundações e empresas que se dispuseram a auxiliar nesta causa nobre.

Posteriormente, em 2002, o convênio foi reestruturado e somente a UFPEL passou a atuar com o NURFS e o CETAS, sendo que, nestes últimos seis (6) anos de atividades, cerca de cinco mil animais foram atendidos (QUADRO I). Inicialmente, o trabalho de tratamento e manutenção era realizado graças ao trabalho voluntário de acadêmicos dos cursos de Medicina Veterinária e Ciências Biológicas da UFPEL, que atuavam sob a orientação e coordenação de professores do Instituto de Biologia, do Biotério Central e da Faculdade de Medicina Veterinária. Atualmente, o NURFS conta com uma equipe de tratadores e técnicos, além de estagiários de diversos cursos de graduação e pós-graduação;

Em 2005, a atual administração da UFPEL reconheceu o esforço do grupo de trabalho e ofereceu novas instalações provisórias para as atividades do NURFS-CETAS, contando com um ambiente para quarentena e outro para manutenção dos animais em recuperação. Simultaneamente, determinou a elaboração de estudos e projetos para a construção de instalações definitivas para abrigar as atividades do NURFS-CETAS e sua requalificação para o Tipo I, dentro das designações atribuídas pelo IBAMA aos NURFS e CETAS no ano de 2005. Neste período muitas dificuldades foram evidenciadas, principalmente em relação à manutenção dos animais desde sua chegada até o momento de seu retorno à natureza.

Nestes anos de trabalho, a Universidade não recebeu apoio das outras instituições envolvidas e a construção do NURFS/CETAS, locais para onde os animais seriam destinados após a recepção na UFPEL, ainda está em espera da aprovação de recursos federais para sua execução. Muitos animais, principalmente aves fraturadas, precisam permanecer na Universidade por um período muito longo, para que, após tratamento fisioterápico, recuperem totalmente sua habilidade de voar e buscar o alimento. Outros, infelizmente chegam com lesões irreversíveis e são condenados a viver em cativeiro.

Após 2008, a Unidade recebeu o aporte de novos profissionais concursados, somando-se à equipe três técnicos administrativos em educação, dois biólogos e um médico veterinário, especializados na atuação com a fauna silvestre.

Também teve início o Programa de Residência Multiprofissional em Saúde na área de Animais Silvestres, que oferece, anualmente, duas vagas. O programa de estágios abre vagas com frequência, com editais tendo ampla divulgação.