Entenda os custos e as principais vantagens desse sistema
Por Vitória Santos/Superávit Caseiro
Desde 2012 a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) permite a produção de energia própria por meio de fontes renováveis. O pelotense paga, em média, R$0,66 por kWh. Uma família de quatro pessoas, em uma residência sem aquecedores ou ar-condicionado, usa 180 kWh, resultando em uma conta mensal de aproximadamente R$ 118,00. Para reduzir as despesas com energia elétrica, muitas pessoas estão aderindo ao sistema de energia solar. Neste sistema, painéis solares fotovoltaicos são instalados nas residências e convertem a luz solar em eletricidade.
Para conquistar essa economia é necessário desembolsar cerca de R$10 mil na aquisição e instalação dos painéis. A manutenção dos painéis inclui limpeza para retirar a camada de sujeira, pois ela pode vir a ser uma barreira na recepção dos raios solares, sendo que o ideal é que seja feita a cada seis meses. A vida útil das placas varia entre 25 e 30 anos.
A expectativa é que o valor investido na instalação das placas seja retornado, por meio do desconto na conta de energia elétrica, em um período de 3 a 5 anos. Em um exemplo fictício, uma família que gastava R$300 na conta e com geração própria passa a pagar R$55, assim, recuperaria o valor investido, cerca de R$10 mil, em aproximadamente 3 anos.
Pedro Crizel, engenheiro da Crizel – Energia Solar, destacou em entrevista concedida ao Superávit as principais vantagens do sistema, entre elas a proteção contra a inflação energética: “A inflação do custo de energia no país é cada vez mais crescente, com perspectiva de seguir aumentando rapidamente devido à lei da oferta e demanda”, alertou Pedro. O engenheiro também citou a valorização imediata do imóvel, longa vida útil e garantia dos materiais, mínima manutenção requerida e fonte de geração de energia sem impactos.
Alguns modelos disponíveis no mercado geram energia solar para a rede elétrica, como é o caso do sistema on-grid. Isso significa que, caso o fornecimento de energia vindo da companhia elétrica fique suspenso, o abastecimento da casa também ficará. Neste caso ainda são cobradas as taxas da companhia elétrica na conta do mês, pois o valor inclui não somente a energia consumida, mas também os serviços prestados. Já no sistema off-grid a energia gerada fica armazenada em baterias, portanto o fornecimento energético não depende da companhia elétrica.
No sistema on-grid, o mais comum, se a energia gerada pelos painéis solares fotovoltaicos for superior ao valor consumido, ou seja, gerar mais energia que usou, o excedente fica armazenado e, em alguns casos, pode ser utilizado por um período de até 5 anos. No Brasil, o excedente retorna como “créditos” na distribuidora de energia para o consumidor. Desta forma, os meses com maior incidência de luz solar podem criar um estoque para serem utilizados em temporadas nubladas.
Os processos de transição de energia e o próprio armazenamento é feito pela distribuidora de energia e existe, desde 2023, um imposto sobre esse serviço pago para a distribuidora. O valor vem declarado na conta de energia. Atualmente, em 2024, é necessário pagar apenas 30% desse serviço, porém está estabelecido que aumente gradativamente até que 100% do serviço seja cobrado, em 2029.
A lei 14.300/22 institui o marco legal da micro e minigeração de energia. O imposto citado anteriormente não se aplica para as placas instaladas antes de 2023. De acordo com a Agência Câmara de Notícias “a lei permite às unidades consumidoras já existentes — e às que protocolarem solicitação de acesso na distribuidora em 2022 — a continuação, por mais 25 anos, dos benefícios hoje concedidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por meio do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE)”.
O portal oficial da Câmara dos Deputados, por sua vez, explica que a lei “também define as regras que prevalecerão após 2045 e quais serão as normas aplicáveis durante o período de transição”. No texto da lei fica definido que aqueles que geram até 75 kW por meio de fontes renováveis em suas UC (unidades consumidoras) são microgeradores. Já os minigeradores são aqueles que geram mais de 75 kW até 10 MW.
O sistema de geração de energia por painéis solares fotovoltaicos, especialmente no sistema off-grid, garante certa segurança, como em casos de falta de abastecimento da companhia de distribuição elétrica não interromper o abastecimento gerado por essa fonte, por tratar-se de uma geração autônoma. Existem no mercado tecnologias que permitem, por meio de aplicativos, acompanhar o desempenho das placas domésticas, especificando qual a média de quilowatts gerados com atualizações constantes. Porém, é necessário um investimento inicial considerável, o que pode estar distante da realidade de muitos brasileiros. Para a instalação é necessário uma área com espaços suficientes para a colocação dos painéis, bem como um local com maior incidência solar e por mais tempo. Também é preciso cuidar dos sombreamentos, atentar-se a árvores, edifícios altos ou qualquer coisa que interfira na exposição solar das placas.