Relatório divulgado pela PwC mostra que o Mercado da maioria está cada vez mais consciente com questões ambientais e sociais
Por Vitória Santos/Superávit Caseiro
A pesquisa, na qual participaram 2.600 brasileiros, buscou entender os hábitos de consumo das pessoas pertencentes às classes C, D e E, que juntas significam 76% da população brasileira e representam metade do consumo. Esse grupo é identificado como como “Mercado da maioria”. Os relatórios são uma forma de entender as preferências e motivações e, desta forma, manter-se atualizados sobre as demandas do mercado. A PwC é uma rede de firmas independentes e uma das maiores multinacionais de consultoria e auditoria do mundo com sede em Nova Iorque e Londres.
Um dos dados da pesquisa, publicada pelo site da PwC, afirma que, muito além de preço, esse público busca custo-benefício. “O mercado da maioria está fazendo uma avaliação mais detalhada do custo-benefício dos produtos e serviços. Eles não consideram apenas o preço, mas analisam também profundamente a qualidade e a reputação da marca antes de tomar uma decisão de compra”, destacou o material da PwC.
O esforço individual também é relevante, pois 61% dos entrevistados relataram se esforçar mais para conquistar produtos distantes da realidade financeira de quando mais jovens, enquanto 71% afirmaram que se sentem realizados quando economizam e conquistam a compra de um produto.
Durante a pandemia de covid-19, presenciou-se a mudança nas dinâmicas, resultando na alteração das prioridades. A sustentabilidade está sendo debatida em diversos setores, o que sem dúvidas não é uma surpresa com problemas climáticos tão urgentes. A pesquisa da PwC apresenta que: “No total, 70% se declaram dispostos a pagar mais por marcas que apoiem causas ambientais e 69% se declaram dispostos a pagar mais por marcas que apoiam causas sociais”. E completa: “Por outro lado, 52% já abandonaram marcas que desrespeitam o meio ambiente e 53% já deixaram de comprar marcas por falta de responsabilidade social”.
Consumidor médio prioriza questões sócio-ambientais. Fonte: Pixabay
Na busca por formas de consumo mais sustentáveis, diversos compradores tornam-se revendedores de seus produtos, incentivando a economia circular. Plataformas como o marketplace no Facebook, da empresa META, ou sites de desapegos como o Enjoei ganham cada vez mais usuários. A pesquisa aponta que 44 milhões de pessoas já compraram produtos revendidos nas redes sociais e 42 milhões já realizaram compras em sites ou aplicativos do nicho.
O consumidor se mostra cada vez mais multifacetado, tanto com compras em lojas físicas, que ainda é a forma mais frequente de aquisição entre as classes abordadas, quanto nas experiências no digital. No segundo caso, é possível contemplar o comprador com experiências personalizadas pelo algoritmo e processos simples de compras proporcionadas pela gamificação. Atentar-se às novas tendências de consumo é uma forma de ser competitivo no mercado.