Dois grandes vilões dos brasileiros, o gás de cozinha e conta de energia tiveram redução nos preços anunciada
Por João Victor Rodrigues/Superávit Caseiro
Na sexta-feira, 8, a Petrobras anunciou queda nos preços do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), que é usado com gás de cozinha, nas refinarias de R$ 4,48 por quilo para R$ 4,23 por quilo. Conforme a entidade, a redução deve causar uma queda em média de 5,58% nos preços. Na prática, ainda segundo a nota, o botijão o de 13 quilos, utilizado como gás de cozinha passaria de uma média de R$58,21 para R$54,94. Os valores citados pela estatal, no entanto, não incluem outros valores repassados ao consumidor, como o transporte e a remuneração de quem revende. No preço final ao consumidor, em Pelotas, por exemplo, o valor de um botijão atualmente custa em média R$120, chegando a 116,73 com a redução, conforme levantamento feito pela reportagem.
Em nota a estatal afirmou ainda que a redução acompanha a evolução dos preços internacionais e da taxa de câmbio, que se estabilizaram em patamar inferior. “Acompanhando a evolução dos preços internacionais e da taxa de câmbio, que se estabilizaram em patamar inferior para o GLP, e coerente com a sua política de preços, a Petrobras reduzirá seus preços de venda às distribuidoras. A partir de 9/4, o preço médio de venda de GLP da Petrobras para as distribuidoras passa de R$ 4,48 para R$ 4,23 por kg”.
Em entrevista para o portal Valor Econômico André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), destacou que o gás, junto com a conta de energia, pesa muito no bolso de famílias com renda de até cinco salários mínimos. Dessa forma, a redução anunciada deve causar impacto positivo na inflação, ao menos no curto prazo.
Vale ressaltar que esta medida também busca reverter uma pressão feita ao governo federal devido às últimas altas dos combustíveis, que resultou na demissão do então presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna. Está prevista para hoje a posse de José Mauro Ferreira Coelho, químico industrial, que deve se tornar o 41º presidente da Petrobras, sendo o terceiro do governo Jair Bolsonaro. Os últimos ajustes realizados pela companhia aconteceram no dia 11 de março, com um aumento de 16% na GLP, 18,7% no preço da gasolina e de 24,9% no preço do diesel nas refinarias.
Tarifa Bandeira Verde
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) anunciou na segunda-feira que a partir do dia 16 de abril, (próximo sábado) entra em vigor a bandeira verde no sistema de tarifa da energia elétrica, permanecendo assim até o fim do ano. Isso significa que a conta não terá acréscimos na cobrança de luz, ao contrário das outras bandeiras, Amarela e Vermelha, onde o consumidor paga um adicional para cada quilowatt-hora (kWh). Esse acréscimo custa em média o valor de R$ 0,01874 (kWh – bandeira amarela), de R$ 0,03971 (kWh – bandeira vermelha Patamar 1) e R$ 0,09492 (kWh – bandeira vermelha – Patamar 2).
Em 2021, foi criada a bandeira de escassez hídrica, vigente desde setembro do ano passado, com valor fixo de R$14,20 por cada quilowatt-hora (kWh). O motivo apontado pelo governo federal foi a seca ocorrida no período, a maior e pior em 91 anos. O sistema de bandeiras tarifárias foi criado para definir o custo real do consumo de energia, sendo acionado em condições de dificuldades na geração de energia. Usinas hidroelétricas são acionadas elevando os custos.
Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do ONS, em entrevista para a CNN, afirmou que, com o volume de chuvas registrado desde o fim do ano passado, a atual situação dos reservatórios das usinas hidrelétricas permitirá ao país ter mais tranquilidade hídrica este ano, especialmente na comparação com o na passado. “Sudeste e Centro-Oeste terminam o período de chuvas no melhor nível desde 2012”.
O Brasil atualmente depende das hidrelétricas, responsável por 65% da geração de energia. Por isso que investimentos em novas fontes de energia, como a Eólica (responsável por 9%), são cada vez mais necessários.
Em compensação, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou um reajuste de 57% nas bandeiras amarela e vermelha. A amarela sairia de R$1,87 a cada 100 quilowatts hora (kWh) para R$2,92 e a vermelha de R$3,97 para R$6,23. A ideia pode sofrer alterações na consulta pública que vai até o dia 4 de maio, mas já entra em vigor em 2022 caso as bandeiras precisem ser acionadas.