Vamos falar sobre epidemiologia da dioctofimatose?

Epidemiologia é uma ciência que estuda causas e fatores diversos de doenças que acometem as populações, incluindo humanos e animais.

Comecemos no HOSPEDEIRO DEFINITIVO, ou seja, aquele que é infectado pelo verme adulto.  São representados pelos animais domésticos e silvestres (cão, gato, furão, lobo-guará, entre outros) que, ao consumir a larva infectante do Dioctophyme renale, desenvolvem este até a fase de maturidade sexual do verme.

O que é uma larva infectante? Bom, para isso, primeiro precisamos saber que, quando o verme adulto põe ovos fecundados, estes vão ao solo e, em áreas alagadiças, são consumidos por oligoquetas (minhocas), chamados HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS da dioctofimatose. Dentro da minhoca aquática, esse ovo se desenvolve em 3 estágios larvais. No terceiro estágio, ela tem a capacidade de causar a doença no hospedeiro definitivo.

Mas não acaba por aí!! Essas larvas de 3º estágio ainda podem ser consumidas por SAPOS, PEIXES e alguns outros animais. Como NÃO são os hospedeiros definitivos, essas larvas acabam se encistando, onde permanecem viáveis em vísceras e musculatura lisa dessas animais.

Mas peraí, se estes animais não são os hospedeiros definitivos, qual sua participação no ciclo da doença? Estes são os HOSPEDEIROS PARATÊNICOS, e representam uma importante fonte de transmissão. Ao consumir a carcaça desses animais de forma CRUA ou MAL COZIDA, a ingestão das larvas de terceiro estágio encistadas possibilita que o D. renale se perpetue e consiga chegar a fase adulta dentro do hospedeiro definitivo, sendo 90% dos casos representados por infecção no rim direito.

O fechamento do ciclo acontece quando há vermes machos e fêmeas, presentes nos rins, e ocorre postura de ovos e estes são eliminados pela urina diretamente no ambiente.

Outro ponto importante é o caráter de ZOONOSE da doença. “Zoonose” é uma doença que, em seu ciclo, inclui humanos e animais, afetados de modo igual e podendo a transmitir. A participação do ser humano, como HOSPEDEIRO ACIDENTAL, ocorre principalmente através do consumo indevido de larvas infectantes, presentes em HOSPEDEIROS PARATÊNICOS.

Autoria do resumo: Luã Iepsen