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Breve análise de “Selbstmörder” (1916), George Grosz

(Selbstmörder, George Grosz, 1916. Óleo sobre tela, 85 × 79 cm. Tate Gallery, Londres, Reino Unido.)

A obra Selbstmörder pintada por George Grosz em 1916, é uma representação contundente da desintegração moral e social da Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial. Com uma paleta dominada por tons de vermelho intenso, a pintura mergulha o espectador em uma atmosfera de desespero e caos urbano. No centro da composição, um homem jaz no chão, aparentemente morto por suicídio. Próximo a ele, um revólver quase se confunde com o solo, sugerindo a banalização da violência e da morte na sociedade da época. A figura de um homem enforcado em um poste e a presença indiferente de transeuntes reforçam a ideia de uma comunidade insensível ao sofrimento alheio. Cães vagam pelas ruas, simbolizando o abandono e a selvageria que permeiam o ambiente urbano.

Filosoficamente, a obra reflete a visão niilista de Grosz sobre a condição humana em tempos de guerra. O suicídio é apresentado não apenas como um ato individual de desespero, mas como um sintoma de uma sociedade doente, corroída pela guerra, pela corrupção e pela indiferença. A pintura serve como uma crítica feroz à hipocrisia e à decadência moral da Alemanha imperial, antecipando os horrores que viriam a se intensificar nas décadas seguintes. A técnica expressionista de Grosz, com linhas distorcidas e cores agressivas, amplifica a sensação de angústia e alienação. Cada elemento da cena contribui para uma narrativa visual que denuncia a falência das estruturas sociais e a perda de valores humanos fundamentais.

Prof. (e aluno) Alexandre H. Reis

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