As pesquisas em áreas mineradas de carvão no Departamento de Solos (DS) da FAEM – UFPel teve início no ano de 2000, através de uma parceria com a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) de carvão, localizada em Candiota-RS. Os primeiros estudos a serem realizados na Mina de carvão de Candiota foram voltados à caracterização de atributos de solos construídos (minesoils) em diferentes períodos de restauração e suas diferenças com os atributos de solos naturais. Esse trabalho resultou em três dissertações de mestrado, orientadas pelos professores Luiz Fernando Spinelli Pinto, Eloy Antonio Pauletto e Flavia Fontana Fernandes.

Em 2003, o DS da FAEM-UFPel, em conjunto com técnicos da área ambiental da CRM, selecionou uma área recém-minerada para a instalação de um experimento de longa duração, visando testar vegetais promissoras (poáceas e fabáceas), já conhecidas como promissoras na recuperação de áreas agrícolas, recuperação de áreas impactadas pela mineração de carvão. A recomposição topográfica do minesoil da área experimental consistia de 40 cm de material argiloso, retirado de um horizonte B do solo natural da frente de lavra (chamado de topsoil), recolocado sobre a camada de esteréis (rochas e carvão não aproveitados para a queima), (chamado de overburden).
Nessa área foi instalado um experimento com 168 parcelas, nas quais foram testadas diversas espécies vegetais, tanto em cultivo solteiro quanto consorciado. No entanto, apenas as espécies pertencentes à família das poáceas conseguiram se estabelecer.

Até o presente momento, o experimento resultou em 17 dissertações de mestrado, 3 teses de doutorado, além da publicação de diversos artigos em periódicos científicos nacionais e internacionais de alto impacto. Também foram publicados capítulos de livros, trabalhos completos e resumos apresentados em congressos científicos nacionais e internacionais, abordando, a dinâmica de restauração dos atributos físicos, mecânicos, químicos, biológicos e microbiológicos do minesoil ao longo de 20 anos de restauração.
Destaca-se a importante contribuição de órgãos de fomento, como o CNPq, o CNPq Rede do Carvão, a FAPERGS e a própria CRM, que forneceram recursos financeiros e logísticos para a condução dos estudos e para o fortalecimento da infraestrutura laboratorial do Departamento de Solos da FAEM nos primeiros 10 anos de pesquisa.
Atualmente a equipe do GRAEM volta seus esforços para o monitoramento dos minesoils em um estudo de cronosequência. Isto é, diversas áreas simultâneas terão seus atributos avaliados dentro de um período de 30 anos de restauração sob revegetação espontânea.






