Por Bianca Ávila
Neste último ano, tive o prazer de conhecer o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva – INCA no Rio de Janeiro. Como representante do GBEM e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFPel, onde faço mestrado, apresentei meu projeto de dissertação intitulado “Ocorrência de câncer e multimorbidade entre idosos brasileiros” a ser desenvolvido a partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e também falei sobre as propostas e perspectivas Grupo Brasileiro de Estudos sobre Multimorbidade – GBEM aos Pesquisadores da Divisão de Pesquisa Populacional do INCA.
A Divisão de Pesquisa populacional é composta por três núcleos de pesquisa: Epidemiologia, Pesquisa qualitativa e avaliação de tecnologias de saúde, local onde atuam cerca de 20 pesquisadores. Os pesquisadores consideram esse tipo de atividade de articulação entre diferentes instituições de grande valor para a troca de conhecimentos e integração de diferentes profissionais de saúde e pesquisadores que estão empenhados em pesquisar muito mais que doenças, mas conhecer suas populações, seus perfis epidemiológicos e demográficos com objetivos similares de promover pesquisas de qualidade e atingir reflexos importantes e significativos nos diferentes âmbitos da saúde. A pesquisadora da Divisão de Pesquisa Populacional do INCA Marianna de Camargo Cancela, que me recebeu, acredita que esses encontros entre pesquisadores são importantes para ampliar as relações entre colegas pesquisadores e compartilhar informações a respeito do que os grupos de pesquisa envolvidos com o estudo de doenças crônicas vêm trabalhando, fortalecendo parcerias interinstitucionais.
Para mim, a oportunidade de divulgar minha proposta de trabalho para o projeto de dissertação e minhas perspectivas em relação aos estudos nas áreas de oncologia e multimorbidade foi uma experiência muito enriquecedora. Além de proporcionar o diálogo e a troca com pesquisadores mais experientes, essa experiência possibilitou a formação de parcerias em pesquisas afins unindo pesquisadores de diferentes instituições do país. Nesse diálogo, novos pesquisadores têm a chance de disseminar as informações adquiridas com os estudos que vem realizando. Nessa minha exordial caminhada como pesquisadora, fiquei extremamente lisonjeada em poder dividir meu trabalho com pesquisadores tão experientes na área de oncologia, que são os pesquisadores do INCA e, mais ainda, em receber suas contribuições para melhorar pontos importantes no meu estudo. Acredito que momentos como este nos possibilitam reforçar a importância de se fazer pesquisa. Mais do que isso, esses momentos reforçam a ideia de que jovens pesquisadores podem desenvolver boas pesquisas alinhadas a necessidades reais do país, contribuindo para o conhecimento de uma população e, possivelmente, influenciando em políticas públicas e na maneira de ofertar saúde. Esse é o caso do meu estudo, que se propõe a olhar numa perspectiva nacional para uma população crescente e com diferentes demandas de saúde: os idosos com câncer e multimorbidade.