Por Juliana Reis
Nas ciências da saúde como em todas as áreas do conhecimento, novos conceitos são inseridos na comunidade científica. A terminologia da comunicação dos cientistas é viva e em constante construção. A utilização de novos conceitos ganham força com adesão desses novos termos nas publicações científicas, inserção em conteúdos nos ensinos de graduação, pós-graduação e em cursos de atualização, na organização e atuação de grupos de estudos e pesquisa, e especialmente na inclusão de vocabulários controlados.
É com alegria que recebemos a notícia da inclusão do termo Multimorbidade no vocabulário controlado das Ciências da Saúde como descritor do Medical Subject Heading – MeSH e consequentemente ao Descritores de Ciências da Saúde – DeCS, que utilizamos no Brasil. Veja na figura 1 a estrutura hierárquica a qual o descritor Multimorbidade está inserido.
Figura 1 – Estrutura hierárquica do MeSH descritor Multimorbidade. 2018
Essa é uma grande conquista para o campo de conhecimento Multimorbidade, pois ampliará a visibilidade da temática, aumentará a capacidade de recuperação da informação em bases de dados bibliográficos e promoverá a mobilidade do conhecimento em todas as instâncias – assistência, ensino, pesquisa, gestão e políticas.
A busca para inclusão do termo não é recente, Martin Fortin e colaboradores realizaram o estudo bibliométrico Multimorbidity is common to family practice Is it commonly researched? publicado em 2005, a qual avaliou a aplicação do conceito de multimorbidade na literatura médica. O período de referência foi de 1990 a 2002 e sinalizava a importância da inclusão do termo Multimorbidade como descritor no MeSH para tornar as revisões mais eficazes.
Nesta outra pesquisa mais recente, publicada em 2016, também realizada por Martin Fortin, Towards increased visibility of multimorbidity research deu continuidade ao estudo anterior, cujo período de referência foi de 2005 a 2015. Ressaltou novamente a relevância do termo multimorbidade para inclusão no MeSH.
Neste sentido, agradecemos ao Martin Fortin pela insistência em apresentar evidências para tornar o termo Multimorbidade um descritor MeSH.
Para saber mais
http://crmcspl-blog.recherche.usherbrooke.ca/?p=1549
https://www.nlm.nih.gov/pubs/techbull/nd17/nd17_medline_data_changes_2018.html