Na semana passada, o GBEM apresentou alguns de seus projetos no XIX Encontro de Pós-Graduação (ENPOS) e no XXVI Congresso de Iniciação Científica (CIC), que compõe a programação da III Semana Integrada da UFPel (SIEPE).
Orientadas pelo professor Bruno P Nunes, as bolsistas de Iniciação Científica – Indiara da Silva Viegas, Mariana Morais de Oliveira e Sabrina Farias – e a mestranda Bianca Machado de Ávila apresentaram os resultados de pesquisa dos trabalhos intitulados “Depressão e multimorbidade de doenças físicas em idosos brasileiros”, “Hospitalização e multimorbidade em idosos brasileiros: efeitos da continuidade do uso da atenção básica à saúde”, “Ocorrência de multimorbidade em idosos segundo regiões do Brasil: efeito do acesso aos serviços de saúde” e “Ocorrência de doenças crônicas e multimorbidade segundo a presença de câncer em idosos brasileiros: dados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013”.
Para Indiara, a associação entre as doenças físicas e a depressão em idosos foram os resultados que mais chamaram a sua atenção. Outra questão comentada pela estudante foi a dificuldade de encontrar bibliografias e estudos sobre multimorbidade e depressão. Essa falta de conhecimento, segundo ela, pode impactar diretamente na capacitação de profissionais e nos seus cuidados com os pacientes. Para a bolsista Mariana, o resultado mais interessante da sua pesquisa foi o fato de a região Sul ter prevalência de multimorbidade, em comparação com outras regiões como o Nordeste e o Sudeste. A estudante comenta que essa prevalência não parece ter relação com a diferença no acesso aos serviços de saúde segundo as análises realizadas. A dúvida sobre fatores que poderiam influenciar a diferença de prevalência entre o Sul e as demais regiões foi levantada pelos membros da banca que avaliaram sua pesquisa e pode motivar outros estudos.
No seu estudo, Sabrina apontou a diferença que a continuidade da atenção básica tem na vida de pacientes com multimorbidade. Segundo os dados levantados, o cuidado com a atenção básica diminui consideravelmente o número de hospitalização dos pacientes. Os próximos passos, segundo a bolsista, seria de se levantar os motivos que levam os idosos com morbidades e histórico de hospitalização devido a essas complicações a não procurarem a continuidade no tratamento da atenção básica.
Para a mestranda Bianca, o resultado de que idosos com câncer apresentaram mais multimorbidade reforça a importância de se realizar o diagnóstico e o tratamento do câncer considerando a ocorrência de outras doenças, pois além do câncer e das vulnerabilidades do envelhecimento, as doenças associadas podem afetar a escolha de tratamentos, dificultar o prognóstico e a sobrevida, além de aumentar a chance de eventos adversos.
As jovens pesquisadoras concordam que é preciso dar uma maior atenção à assistência de enfermagem e ao gerenciamento do seu processo considerando uma avaliação multidimensional e centrada na pessoa, não, apenas o manejo de sintomas físicos ou distúrbios biológicos. Treinar profissionais experientes em lidar com múltiplas doenças seria um caminho interessante e necessário.