Pernas para que te quero #1 – Dada a largada!
Av. Duque de Caxias, saindo da Cuidativa-UFPel até próximo do Nicolini
Por Júlio Gemiaki
Pelotas, 06 de outubro de 2025, 2h21 da tarde, 17° de sensação térmica, ventos de até 35km/h, pólen moderado. Segundo a ferramenta de informações sobre o clima do Android, tudo isso compõe um cenário bom para a corrida. Para quem está começando um projeto novo, isso é um incentivo e tanto. Troquei de camisa, vesti minha bermuda, peguei a mochila, botei o fone, calcei os tênis e saí pela rua determinado a começar algo.
A Avenida Duque de Caxias é um lugar familiar para mim, cresci aqui e já corro nela há dois anos. Até por isso escolhi “caçar” a primeira entrevista para a série ali. Primeiro quilômetro: 5’38” de pace; segundo: 4’:55”. No meio disso, avistei um cidadão de camisa do Esporte Clube Pelotas e boné correndo lá na frente. O sujeito corria num ritmo confortável e parecia já ter experiência na corrida. Assim, decidi que ia ultrapassá-lo, voltar e então ver se ele topava ser entrevistado. Foi dessa maneira que chegamos a esta primeira matéria.
Christian Braga de Souza tem 32 anos e corre há seis meses. Ele começou após sair do emprego com a intenção de emagrecer, mas reconhece que hoje a corrida é quase como uma terapia na sua vida. Neste dia, Christian estava correndo a maior distância que costuma percorrer. Eram 10 quilômetros para treinar para a prova do SESC que vai acontecer no próximo domingo (12/10). Já que ele estava se preparando para uma prova, perguntei que conselho o corredor que estava treinando naquele momento daria para o cara que saiu do emprego seis meses atrás e queria perder peso correndo. “Acho que acima de qualquer performance, é importante prestar atenção na nossa saúde mental e também a gente se cuidar. A vida é um plantio que a gente tem, se a gente largar a vida hoje, lá no final vai dar problema”
Seguimos par e passo até que lhe perguntei sobre o que ele achava de Pelotas como um local para prática de esportes ao ar livre, como a corrida. Christian mora no bairro Fragata e disse que ali, na Duque, tem um local seguro e apropriado para correr, no entanto, avalia que em outros bairros a situação pode ser perigosa: “tem lugar que tu tem que correr no meio da rua, ou até na estrada, e aí é perigoso né, se dá um acidente tu tá ali naquela situação”.
Nossa conversa durou mais um quilômetro até próximo à rótula do Kzão. Então nos despedimos . A entrevista deu sentido à atividade do dia e vice-versa.
Este último relato foi muito interessante porque norteia um dos objetivos do projeto, explorar a cidade de Pelotas correndo e entender a situação de acesso aos locais e de infraestrutura urbana como um corredor de rua. A Avenida Duque de Caxias realmente é um local apropriado, com amplo espaço e arborização, o que ajuda na prática de exercícios. Entretanto, nem todo o lugar é assim, e esse é o objetivo dessa coluna meio crônica, mostrar possibilidades de mudança. Ao longo do caminho vou tentar trabalhar nisso.
Por fim ficam aqui detalhes da atividade registrados no aplicativo Strava e o link da playlist que deixei tocando enquanto corria. Até a próxima! Pernas para que te quero?!

