Por Enrique Carvalho Bohm/Superávit Caseiro

Com a economia instável nos últimos anos, muitos investidores, especialmente os mais conservadores, têm buscado opções mais seguras para proteger seu patrimônio. Os investimentos de baixo risco surgem como uma alternativa para quem deseja segurança e rentabilidade sem grandes sustos ao longo do caminho.

O que são investimentos de baixo risco?

Investimentos de baixo risco são aqueles com menor probabilidade de perda do valor aplicado, sendo ideais para iniciantes ou investidores que priorizam estabilidade. Embora ofereçam retornos mais modestos em comparação com ativos mais arrojados, como ações, esses investimentos garantem maior previsibilidade e proteção ao capital.

O professor de economia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Marcelo de Oliveira Passos destaca que o risco pode estar relacionado a diversos fatores. “Existem várias definições de risco. Um deles pode ser a falta de informação. Outro risco ocorre quando as pessoas retiram o dinheiro antes do vencimento do investimento”, explica. Segundo ele, retirar o dinheiro antes do prazo pode comprometer os ganhos totais. “Os investimentos costumam ter um prazo médio de quatro a cinco anos até o resgate”, acrescenta.

Principais opções de baixo risco

Entre as principais alternativas disponíveis para quem busca segurança financeira, destacam-se:

  • Poupança: Embora seja um dos investimentos mais conhecidos, sua baixa rentabilidade reduz sua atratividade. “A poupança não é interessante nem mesmo para investidores conservadores”, afirma Oliveira. Dados do Banco Central indicam que a rentabilidade da caderneta gira em torno de 0,5% ao mês.
  • Tesouro Direto: Considerado um dos investimentos mais seguros do país, os títulos públicos, como o Tesouro Selic, oferecem rendimentos atrelados à taxa básica de juros. Oliveira explica que existem duas categorias principais: os títulos pré-fixados, com taxas de rentabilidade definidas no momento da compra, e os pós-fixados, que variam conforme indicadores do mercado, como o CDI.
  • CDBs (Certificados de Depósito Bancário): Oferecidos por bancos, esses títulos contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para valores de até R$ 250 mil por instituição. “O banco pega o dinheiro do investidor e aplica em títulos públicos, entre outros ativos. No entanto, cobra uma taxa de serviço, o que pode reduzir a rentabilidade final”, alerta Oliveira. Para quem deseja maximizar os ganhos, ele recomenda investir diretamente nos títulos públicos.

Vantagens e desvantagens

A principal vantagem dos investimentos de baixo risco é a previsibilidade. O investidor pode estimar seus rendimentos sem surpresas desagradáveis e, em alguns casos, resgatar o dinheiro em situações de emergência. Além disso, a segurança de recuperar o valor investido com algum lucro é um diferencial importante.

Por outro lado, conforme explica o professor, esses investimentos geralmente oferecem retornos menores do que alternativas mais arriscadas. Além disso, alguns deles não são corrigidos conforme a inflação, o que pode resultar em perda de poder de compra ao longo do tempo.

Para quem são indicados?

Os investimentos de baixo risco são ideais para iniciantes no mercado financeiro e para quem deseja formar uma reserva de emergência. A recomendação dos especialistas é que o investidor defina um valor mensal para aplicação e mantenha disciplina na estratégia escolhida. “O dinheiro parado perde valor com o tempo. Ter paciência e entender as variações do mercado são habilidades essenciais para qualquer investidor”, orienta Oliveira. Para quem ainda não se sente seguro, a recomendação é procurar um consultor financeiro para orientações personalizadas.

Em tempos de incerteza, apostar na segurança pode ser a melhor estratégia para proteger o patrimônio e garantir um crescimento financeiro sustentável.