Por Enrique Carvalho/Superávit Caseiro

O Natal é a festa que, conforme a fé cristã, celebra o nascimento de Jesus Cristo em uma manjedoura há mais de 2.000 anos. Fora do contexto religioso, a data tornou-se uma oportunidade para reunir a família, compartilhar a ceia e realizar a tradicional troca de presentes.

No entanto, em um país onde, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), mais de 60% da população sobrevive com até um salário mínimo (R$ 1.420,00), equilibrar as contas mensais e ainda conseguir presentear a família pode ser um grande desafio. Então, como lidar com essa realidade? Confira algumas dicas simples e eficazes para economizar dinheiro nas festas de fim de ano e aproveitar o Natal de forma consciente e especial.

1) Comprar antecipadamente: uma estratégia para economizar

Os comerciantes, cientes do aumento da demanda por produtos em dezembro, costumam elevar os preços nessa época do ano. Para escapar dessa prática, a solução é planejar e comprar antecipadamente. Uma ferramenta útil para isso é o site Zoom, que permite acompanhar a variação de preços ao longo do ano. Por exemplo, análises feitas com a ferramenta mostram que produtos como colônias, tênis e camisas costumam apresentar queda nos preços em novembro, mas voltam a subir em dezembro. Utilizar essa funcionalidade de forma regular pode ser ainda mais vantajoso, permitindo avaliar os valores e identificar o momento certo para economizar. Antecipar as compras pode fazer toda a diferença no orçamento de fim de ano!

Site zoom apresenta um comparativo de preços dos produtos ao longo do ano

2) Ceia colaborativa: uma solução para economizar e promover união

Segundo o informe As mudanças climáticas, os sistemas alimentares e a segurança alimentar e nutricional: próximo a um ponto sem volta, do Observatório Brasileiro de Hábitos Alimentares, “no campo da segurança alimentar e nutricional (SAN), as mudanças climáticas impactam principalmente na produção e no acesso aos alimentos, além de interferirem na sua qualidade nutricional e de contribuírem fortemente para a volatilidade dos preços”.

Eventos recentes, como as queimadas no Centro-Oeste e as inundações no estado do Rio Grande do Sul, têm agravado essa realidade. Como consequência, a alta nos preços dos alimentos torna-se inevitável, com uma projeção de aumento de 7% para 2025. Para amenizar o impacto no orçamento das festas de fim de ano, uma solução prática é organizar uma ceia colaborativa. Nesse modelo, cada membro da família contribui com um prato, ajudando a dividir os custos e esforços.

Para quem busca produtos de maior qualidade, uma boa alternativa é adquirir alimentos em cooperativas como o Armazém do Campo, presente em diversas cidades. Esses estabelecimentos oferecem opções mais saudáveis a preços justos, garantindo uma ceia especial e acessível.

3) Presentes artesanais: uma forma de resgatar o valor afetivo do Natal

Uma das teorias sobre a origem do Natal remete à Saturnália, uma antiga festa pagã romana celebrada no solstício de inverno (21 de dezembro). Durante essa celebração, a comunidade reunia-se para comer, beber e trocar presentes, que, na maioria das vezes, eram objetos feitos à mão ou poemas. Com o passar do tempo, a Saturnália transformou-se em uma festividade mais familiar e, com o avanço da produção industrial nos séculos XIX e XX, assumiu um caráter mais comercial.

Apesar disso, o verdadeiro símbolo do presente de Natal é o valor afetivo que ele carrega. Um presente artesanal, produzido com dedicação e pensado especialmente para a pessoa que o receberá, transmite um nível de carinho e consideração muito maior do que um presente industrializado. Fazer presentes à mão, como acessórios, itens de decoração ou até alimentos caseiros, não apenas resgata o espírito original da troca de presentes, mas também é uma forma criativa e econômica de tornar o Natal ainda mais especial.

4) Amigo secreto

A origem do amigo secreto, uma brincadeira amplamente celebrada entre familiares, amigos e colegas de trabalho, é envolta em histórias incertas. A versão mais moderna remonta à crise de 1929, nos Estados Unidos, quando um grupo de operários desejava trocar presentes, mas, devido às dificuldades econômicas, só podiam comprar um único item. Assim, criaram um sorteio: cada pessoa retirava o nome de outra, garantindo que todos recebessem algo. Essa prática ficou conhecida como Secret Santa, e no Brasil é chamada de amigo secreto, amigo oculto ou amigo invisível. Independentemente do nome, a essência da tradição permanece a mesma: uma forma simples e acessível de presentear quem apreciamos. O Natal, por sua vez, sempre esteve intrinsecamente ligado às tradições e ao contexto econômico da sociedade. Apesar das dificuldades enfrentadas ao longo dos anos, a celebração continua a se propagar, sustentada pelos pilares da família, da união e do espírito de solidariedade.

5) Aposte em decoração caseira e simples

A decoração de Natal é uma parte importante da celebração, mas muitas vezes pode gerar gastos inesperados, especialmente com itens prontos e caros. Para economizar, que tal investir em uma decoração mais simples e criativa, feita por você mesmo? Usar materiais acessíveis, como fitas, papéis coloridos, pinhas, galhos secos ou até mesmo potes recicláveis, pode resultar em decorações lindas e personalizadas. Além disso, aproveitar elementos naturais, como flores, folhas e velas, pode trazer um toque especial e aconchegante à sua casa, sem precisar gastar muito. Essa prática não só economiza dinheiro, mas também proporciona um ambiente único e feito com carinho, reforçando o verdadeiro espírito natalino de personalização e cuidado.