Por Kaique Cangirana/Superávit Caseiro
O Fórum de Agricultura Familiar da Região Sul do RS discutiu nesta terça-feira (11), possibilidades de suporte regional e políticas públicas para a manutenção e desenvolvimento de territórios afetados pelas inundações que atingiram o Rio Grande do Sul desde o final de abril. O evento ocorreu na Sede da Embrapa Clima Temperado e marcou a retomada das políticas territoriais com foco na reconstrução do estado frente a eventos climáticos extremos.
Mauro Nolasco, coordenador do Fórum de Agricultura Familiar, explica o objetivo da ocasião: “A lógica é fazer a busca e a prospecção de possibilidades de produção, na nossa região, com os pequenos produtores, na área de agroecologia, para dar conta de atender a demanda da região que foi afetada no Estado”.
Milton Bernardes, Superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar no RS (MDA), discursou sobre as políticas públicas voltadas aos territórios e as articulações frente às enchentes que assolaram o estado do Rio Grande do Sul entre abril e maio.
O Superintendente chamou atenção para a “homologação dos territórios afetados”, antes de anunciar um edital que deve contemplar cerca de dezoito territórios no estado. O evento em Pelotas é o primeiro entre as séries de encontros que buscam reconhecer oficialmente as áreas afetadas pelas chuvas com foco sobre políticas territoriais e reconstrução da região sul.
O edital deve garantir o processo transparente de seleção das regiões afetadas que serão contempladas pelos recursos provenientes de emendas parlamentares. A agenda de reuniões de homologação, de acordo com o Superintendente, ainda será estruturada e priorizada com relação às regiões agrícolas mais impactadas pelas fortes chuvas e inundações que motivaram a situação de calamidade pública. Ainda estão previstos encontros no Vale do Taquari e região do Rio Jacuí, localizações intensamente devastadas pelas chuvas.
Durante a reunião ainda foi apresentado o Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) que atende 36 mil famílias no Brasil e busca auxiliar o acesso à terra e assistência técnica por meio do financiamento da agricultura familiar.
Na última semana, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou um balanço que prevê prejuízos de R$ 3,7 bilhões para a região agropecuária do Rio Grande do Sul. Estima-se R$ 3,4 bilhões na agricultura e R$ 293,5 milhões na pecuária. Os impactos foram discutidos por instituições municipais, estaduais e federais que se reuniram nesta segunda-feira (10), na sede da Emater/RS-Ascar, em Porto Alegre, para debater ações de recuperação ambiental e a capacidade produtiva da agropecuária no Rio Grande do Sul.