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Manifestação da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura

Foto: Reprodução

Foto: Carlos Queiroz / Jornal Diário Popular

A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFPel manifesta-se frente a recente destruição da casa situada à rua Antônio dos Anjos esquina com a General Osório.
O exemplo que a UFPel vem dando à cidade, há muitos anos, no aproveitamento do patrimônio cultural em novos usos, merece ser colocado nesta manifestação como uma das razões que motiva o posicionamento que ora divulgamos. Estamos convictos que cada vez mais contribuímos com a cidade quando mantemos, de modo respeitoso, o local histórico que vamos habitar e que ambos, o edifício e o novo uso, saem ganhando. Ganha-se, do nosso lado, em reconhecimento pela população, porque afirmamos, desse modo, que somos capazes de sustentar os testemunhos da história da cidade. Ganha-se, também, porque ao fazer assim, também acolhemos o entorno, colaborando para manter o cenário histórico que caracteriza a cidade e que a distingue, inclusive, no cenário nacional. E destacar-se como uma cidade histórica importa, por muitos motivos, inclusive pelo econômico.
A nossa presença no entorno da Praça Coronel Pedro Osório é exemplo dessa posição. Pelotas deve orgulhar-se de três museus que pertencem à UFPel, estarem situados em casas históricas que foram edificadas e usadas ao longo da sua trajetória, para diferentes fins. Os acervos e exibições usam os espaços internos com respeito e concordância com a historicidade do local e os visitantes reconhecem a harmonia do uso e admiram o edifício como admiram o que nele esta exposto ou guardado. O mesmo acontecerá quando o restauro do Grande Hotel estiver concluído. Será uma unidade de ensino com um hotel escola, admiravelmente aberto à comunidade e um catalisador do melhor uso que a contemporaneidade poderia lhe ter dado. No mesmo entorno, a UFPel detém outro edifício, que outrora foi o Banco Nacional do Comércio, mantido, inclusive em detalhes, para uso de uma unidade acadêmica. Fora do centro da cidade, a casa que foi construída por Carlos Ritter, que foi o Instituto de Higiene Borges de Medeiros e que hoje pertence à Faculdade de Medicina, também exemplifica a manutenção do bem com novo uso. O mesmo vem acontecendo com os edifícios da Zona do Porto.
A Universidade é um órgão público, mas há vários exemplos da iniciativa privada primando pelo uso respeitoso e vantajoso do patrimônio local. Somos, portanto, aliados na promoção dos valores da cidade histórica, que assim desejamos que continue sendo.
Assim, nosso manifesto é de pesar frente ao que aconteceu com a casa que motiva esse texto. Não é necessário propor um novo uso com base na destruição. Se os nossos mecanismos de proteção falharam neste momento, devemos revê-los para que o fato não se repita. Se o bom senso não é suficiente para todos – para muitos, tem sido – que venham a ser mais efetivos os recursos que protejam exemplares essenciais para a preservação de Pelotas histórica.

Publicado em 10/09/2020, nas categorias Destaques, Notícias.