A pesquisa investiga criticamente a representação de corpos negros na história da arte e da fotografia, analisando como essas imagens foram historicamente construídas por enquadramentos de dor, submissão e apagamento, e como práticas artísticas contemporâneas, especialmente de artistas negras como Mayara Ferrão, têm reconfigurado esses imaginários por meio da arte e da tecnologia. Fundamentado em autores como bell hooks, Susan Sontag, Didi-Huberman, Suely Rolnik e Gisele Beiguelman, o estudo adota abordagem qualitativa e interdisciplinar, articulando arte, filosofia e estudos culturais para compreender a imagem como gesto político e ético. Ao mobilizar recursos tecnológicos como a inteligência artificial, essas produções visuais transformam o irregistrável em presença, operando como dispositivos de memória, resistência e reparação simbólica. Os resultados demonstram que a arte negra contemporânea afirma novas narrativas e subjetividades, promovendo deslocamentos nas relações entre estética, poder e representação, e reafirmando o papel da imagem como espaço de reexistência, protagonismo e transformação social.