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Nota de repúdio à truculência da polícia na Festa PrimaVera Voltz

O Pet Artes Visuais UFPel vem, por meio desta nota, manifestar seu total repúdio ao ato truculento e injustificável praticado pelas três forças (Brigada Militar, Guarda Municipal e Secretaria de Trânsito de Pelotas) contra os estudantes na confraternização que ocorreu dia 8 de Novembro de 2019, em frente ao prédio do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas. Na ocasião, realizava-se uma atividade cultural e artística para arrecadar fundos para os Diretórios Acadêmicos envolvidos, bem como comemorar a entrada da primavera, festa que é realizada anualmente.

Os estudantes, juntamente à administração do Centro de Artes, tomaram as providências e solicitaram à Prefeitura o fechamento da via até às 22h. Foi solicitada e obtida a autorização para a realização do evento, conforme o documento número 594/2019 da Secretaria Municipal de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana.

Os alunos foram surpreendidos pela chegada das viaturas, por volta das 23h50, que abruptamente abriram caminho entre as pessoas. Em poucos minutos e sem qualquer diálogo, os policiais começaram a prática de dispersão com auxílio de spray de pimenta, gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral. Alguns estudantes que foram questionar a ação policial, receberam tiros de bala de borracha. Além de haver repressão contra aqueles que gravaram a ação, sendo chantageados a entrar na viatura caso seguissem filmando.

O evento, que transcorria de maneira tranquila, com diversão e alegria, foi tomado pelo sentimento de terror. A abordagem policial foi motivada de maneira injustificável pelo fechamento da rua que só tinha liberação até às 22h. No entanto, questionamos o insustentável uso de tamanha força e repressão. Muitas alunas foram agredidas com cassetetes, inclusive enquanto estavam na calçada, ou seja, sem posição de obstrução da via. Além disso, um dos carros da Brigada Militar avançou sobre um estudante e o atropelou propositalmente. Muitos vídeos e imagens registram tal ação e estão sendo publicados nas redes sociais. As câmeras de segurança atestam o ocorrido.

Em entrevista ao Diário Popular, a Brigada Militar afirma que os estudantes atiraram cadeiras contra o efetivo policial, o que não é registrado pelas imagens da câmera de segurança ou pelas gravações da ação e, logo, não é comprovado pela Brigada. Eles também afirmam que a festa contava com 500 pessoas, novamente de maneira infundada e contrariada pelas imagens feitas da ação, pelos alunos e pelas câmeras de segurança. Não estamos de acordo com as informações que estão sendo articuladas pelo Diário Popular, bem como com o Jornal do Almoço do grupo RBS.

Prestamos solidariedade aos colegas e amigos que foram violentados, física e psicologicamente. As medidas cabíveis estão sendo tomadas, juntamente à Reitoria e à administração do Centro de Artes da UFPel.

Reafirmamos que o grupo não compactua com a violência e a repressão observadas na ação policial do dia 8 de novembro e que tanto as ruas quanto a Universidade pertencem a toda a população. Que possamos aproveitar com responsabilidade e alegria o espaço coletivo, conscientes de nossos direitos como cidadãos e com a garantia da não opressão e não violência.

 

De todxs integrantes do PET Artes Visuais, 12 de Novembro de 2019.

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