Resumos em Congressos e Simpósios
II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
29 set – 2 out/2010
Costão do Santinho – Florianópolis – SC
ANÁLISE DE PRESENÇA DE Listeria monocytogenes EM AMOSTRAS CLÍNICAS DE PACIENTES EM PROCESSO DE ABORTAMENTO
Ivânia Deliberalli (UFPEL – DEMP/Instituto de Biologia) ; Virgínia da Cunha Schiavon (UFPEL – DEMP/Instituto de Biologia) ; Franciele de Souza Masiero (UFPEL – DEMP/Instituto de Biologia) ; Luciana Yazye de Mello (UFPEL – DEMP/Instituto de Biologia) ; Heitor Jannke (UFPEL – Departamento de Cirurgia Geral/Faculdade de Medicina) ; Lígia Iara Silveira (UCPEL – Serviço de Ginecologia e Obstetrícia/HUSFP) ; Dulcinéa Blum Menezes (UFPEL – DEMP/Instituto de Biologia)
Resumo: é geralmente adquirida por ingestão de alimentos de origem animal e vegetal contaminados com Listeria monocytogenes. Listerioses feto-materna e neonatal apresentam como consequências abortamentos, partos prematuros ou infecção generalizada em recém nascidos. Apesar da listeriose ser uma doença de baixa incidência comparada a outras doenças de origem alimentar, estima-se que 2500 pessoas sejam severamente acometidas anualmente nos EUA (CDC, Atlanta, EUA). Estudos realizados em Pelotas, demonstram a presença de L. monocytogenes em alimentos processados como linguiça fresca e queijos frescos. O objetivo deste trabalho foi investigar a presença de L. monocytogenes em amostras clínicas de pacientes em processo de abortamento através de culturas microbiológicas, além de investigar alterações histopatológicas de placentas que sugerissem processo infeccioso por este agente. MATERIAL E MÉTODOS: Foram analisadas amostras clínicas (sangue, swab retal, swab vaginal e restos placentários) de 50 pacientes atendidas no Hospital Universitário São Franscisco de Paula/UCPel/Pelotas/RS, atendidas no período de abril/2009 a maio/2010. Para enriquecimento primário e secundário, foi utilizada a técnica descrita por Kaur et al. (2007). Após o período de incubação, os inóculos foram estriados em ágar Óxford suplementado, e incubados a 30°C por 48 horas. Foi realizado exame histopatológico dos restos placentários envolvidos. RESULTADOS, DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: Não foram isoladas cepas de L. monocytogenes nas amostras investigadas (0/50) através do método microbiológico proposto, porém foi encontrada evidência histopatológica sugestiva de processo infeccioso em uma amostra (1/50) de placenta. O achado histopatológico desta amostra apresentou vilosidade placentária ocupada por grande número de leucócitos (vilosite), com distorção da arquitetura celular, que condiz com descritos na literatura em caso de processo infeccioso por L. monocytogenes. Considerando que a literatura descreve incidência de listeriose em até 5% dos casos de abortamentos, salientamos a necessidade de implantar técnicas moleculares de diagnóstico microbiológico.
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