Museu do Doce recebeu a abertura do seminário ‘Museus como núcleos culturais: o futuro da tradição’

A noite contou com a bela apresentação do Grupo de Choro de Pelotas. Imagem: Milena Serinolli

Por Isabella Barcellos

Nesta terça (14), ocorreu a abertura do seminário Museus como núcleos culturais: o futuro da tradição. O evento aconteceu no auditório do Museu do Doce, localizado na Rua Praça Coronel Pedro Osório, casarão número 8. Com o objetivo de ampliar o debate acerca da divulgação cultural, a abertura contou com a apresentação de diversas pessoas. Primeiramente, o grupo de Choro de Pelotas apresentou-se e fez a divulgação do recém lançado Cadernos do Choro de Pelotas, livro construído por meio de um trabalho colaborativo de projetos tanto de extensão, quanto ensino e pesquisa; promovidos pelo Núcleo de Música Popular da Universidade Federal de Pelotas. O livro apresenta transcrições de músicas compostas por artistas locais que se dedicam ao gênero e as histórias por trás de cada composição.

O grupo mostrou ao público o livro “Cadernos do Choro de Pelotas”, livro com transcrições de músicas e suas histórias. Imagem: Milena Serinolli

O evento também mostrou ao público os e-books Anais da Semana de Museus da UFPel 2018 e Um Museu Para Todos: manual para programa de acessibilidade, apresentados respectivamente pela professora Andrea Bachettini e pela terapeuta ocupacional Desirée Nobre Salasar; e o livro Patrimônio Cultural: práticas e perspectivas investigativas, organizado pelas professoras Hilda Fraga, Carmen Schiavon e Carla Gestaud, apresentado pela própria Carla. A noite contou com diversas falas de profissionais da área de Conservação e Restauro, dentre eles, Isis Gama, que colabora este ano com a programação do evento falando sobre um projeto de restauração de uma pintura sacra equatoriana.

Para você, qual a importância de eventos como esse?

Isis: “A importância principal é a divulgação, né? Acaba divulgando principalmente a parte artística e projetos de ensino e extensão que acontecem dentro da universidade e não são tão faladas, principalmente nas apresentações. O projeto que vou apresentar fala muito sobre cultura e preservação da memória”.

De onde surgiu a ideia de restaurar esta pintura equatoriana?

Isis: “Esse trabalho faz parte de um projeto de extensão do curso de Conservação e Restauro. O projeto se chama Laboratório de Pintura Aberta e traz obras de acervos particulares ou de instituições públicas para serem restaurados por alunos do curso. Desse jeito os alunos podem praticar o que aprendem em sala de aula e prestar um serviço à comunidade”.

O Museu do Doce, palco do evento, é um dos museus mais novos da Princesa do Sul. Aberto em 2013, o espaço recebe visitantes de todas as localidades e já se incorporou ao imaginário social e ao cenário da cidade em pouco mais de meia década. O atual diretor do museu e professor da UFPel, Roberto Heiden, ressaltou a importância de receber eventos como o seminário:

Para você, qual a importância de receber eventos como este no ambiente do museu?

Roberto: “Eventos com esse trazem a atenção das pessoas para museus que já estão em funcionamento durante o ano todo e amplia a visibilidade dos museus como um espaço importante para a comunidade e a universidade”.

Com a divulgação promovida por eventos abertos, os museus podem se tornar mais aberto ao público e ficar mais longe de um perfil de visitantes elitista e acadêmico?

Roberto: “Especificando o caso do Museu do Doce, não o considero elitista. Apesar dele ter um patrimônio edificado, que até requer certa erudição do público para total apreciação, ele tem outro importante patrimônio importante que é o doce, nascido das classes populares e presente para todos. O museu recebe escolas e visitantes de todos os lugares. Mas considero que a divulgação dos eventos é importante para ampliar o público de forma mais democrática”.

Apresentando uma visão de fora da organização e programação do dia, o empresário Jedson Iacks frequentou o evento para assistir à apresentação musical do Grupo de Choro Pelotense, do qual seu filho participou.

Você tem costume de frequentar museus? Qual o teu museu predileto?

Jedson: “Sim, gosto muito de prestigiar esse tipo de espaço e evento. Meu museu predileto é o Museu da Baronesa”.

Para você, qual a importância de eventos como este?

Jedson: “Para mim isso é muito importante. É uma maneira de divulgar a cidade e incentivar jovens talentos, como o meu filho, a se dedicar para a arte. É importante que aconteçam mais eventos como este”.

O seminário se estenderá até a quinta-feira, dia 16 de maio e nessas duas noites servirá como espaço de troca de diferentes projetos relacionados ao tema do ano. O evento é coordenado por Silvana Bojanoski e faz parte da Semana dos Museus, organizada pela Rede de Museus, um órgão suplementar da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, que tem por missão unir as instituições, projetos museológicos, acervos e coleções existentes na universidade, visando a implantação e manutenção de uma política para a área, de forma a desenvolver ações de gestão, valorização do patrimônio museológico e de aproximação com a comunidade.

Comentários

comments

Você pode gostar...