Despedida melancólica do Brasil na Série B

Por Luís Artur Janes Silva

Nesta terça (26), o Xavante fez a sua última partida pela Série B do Campeonato Brasileiro de 2019. O rubro-negro viajou até a cidade de Campinas e enfrentou a Ponte Preta, no estádio Moisés Lucarelli. Este jogo marcou o início da rodada derradeira da competição, que encerrará no próximo sábado (30). O Brasil teve uma atuação desastrosa e foi goleado pela Macaca, que não vencia há dez rodadas. O placar de 4 a 0 mostrou mais uma vez as enormes carências técnicas do grupo de jogadores xavantes.

Brasil tem péssima despedida de temporada e acaba sendo massacrado pela Ponte Preta. Imagem: Álvaro Jr./ PontePress

O JOGO

Na primeira etapa, o Brasil teve uma atuação que pode ser definida como ridícula. Desatento na defesa, frouxo na marcação de meio-campo, sem criatividade (como quase sempre) e incompetente no ataque, o rubro-negro conseguiu a proeza de sofrer três gols da Ponte Preta em apenas 21 minutos. Na realidade, a partida foi de baixo nível técnico. Os dois times foram indolentes e a Ponte Preta se destacou porque foi eficiente nas poucas chances de gol que criou.

Na primeira chegada ao ataque, aos 13 minutos, os campineiros abriram o placar. O centroavante Roger, deslocado pelo lado direito do ataque, cruzou para Lucas Mineiro concluir forte e de frente para o goleiro Carlos Eduardo. Quatro minutos mais tarde, o rubro-negro não conseguiu aproveitar um escanteio que teve a seu favor, permitindo que a Ponte Preta armasse um contra-ataque, no qual a bola acabou com Renato Cajá, que triangulou com Bill. O veterano Cajá cruzou da esquerda e encontrou o jovem Bill, que tirou Carlos Eduardo da jogada e marcou o segundo gol.

Finalmente, aos 21 minutos, Roger foi à linha de fundo, pela esquerda, após receber passe de Dadá, e cruzou para Renato Cajá, que desviou para o fundo das redes. Vexame total do Brasil, que chegou ao ataque pela primeira vez aos 24 minutos, quando Murilo Rangel recebeu um lançamento em profundidade, mas foi abafado pelo goleiro pontepretano.

No segundo tempo, o Brasil tentou partir para cima da Ponte Preta. Um pouco mais objetivo após a entrada de Maicon Assis, o rubro-negro teve duas chegadas de relativo perigo à meta campineira. Juba cabeceou nos dois lances ao gol da Macaca. Primeiro, após a cobrança de um escanteio e, no lance seguinte, logo depois de uma falta. As duas bolas paradas foram executadas pelo lateral Ednei.

Mas o bom momento do Xavante durou apenas dez minutos, depois disto, a partida tornou-se enfadonha, com os dois times apresentando um futebol displicente e pouco objetivo. Para completar, o Brasil ainda perdeu Ednei, que foi expulso. O marasmo foi quebrado aos 21 minutos da etapa final, quando Araos bateu uma falta do lado esquerdo da grande área, utilizando o pé direito. No meio do caminho, o volante Leandro Leite desviou a bola e tirou o goleiro Carlos Eduardo da jogada. A Ponte Preta marcava o seu quarto gol e definia a partida.

Entregue em campo, o Brasil ainda teve uma ótima oportunidade de gol aos 34 minutos de jogo. Certamente, a única chance real que o Xavante teve para fazer um tento na partida. Maicon Assis bateu da intermediária e a bola raspou o travessão e foi para fora. A Macaca ainda teve uma chegada aos 44 minutos, protagonizada por Roger, que limpou a jogada em cima de Bruno Aguiar, mas chutou a bola por cima do gol.

O apito final tirou um fardo das costas dos jogadores do Brasil, que tiveram uma atuação coletiva ruim e deram a nítida impressão de que jogaram no piloto automático, desrespeitando a história rubro-negra. A derrota xavante marcou a sexta partida sem vitórias da equipe. Nestas seis jornadas, o time treinado por Bolívar empatou duas vezes e perdeu nas outras quatro oportunidades. Neste período, o Brasil marcou cinco gols e sofreu 16. Além disso, este revés iguala a pior derrota que o Xavante teve na Série B, desde 2016. No certame de 2017, o rubro-negro caiu diante do Luverdense pelo mesmo placar da partida contra a Ponte Preta.

Com esta derrota, o rubro-negro termina sua participação na Série B de 2019 com 44 pontos, ocupando a 14ª posição na tabela de classificação do certame, independente dos outros resultados da rodada. Esta foi a pior campanha do Brasil, desde que retornou à Segundona Nacional, em 2016. Distante do 8º lugar, que conquistou em 2017 e da 11ª colocação, que aconteceu em 2016 e 2018. Em termos de pontuação, o rubro-negro também está na descendente, pois começou com 54 pontos (2016), caiu para 51 (2017), 50 (2018) e, finalmente, apenas 44 pontos neste ano. Perigo à vista em 2020.

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