Crianças recebem certificados de coragem após procedimentos com agulhas

A recompensa minimiza os efeitos e os traumas da hospitalização

Por: Yago Moreira

Desde o início deste mês, os pequenos pacientes da pediatria do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel), recebem uma recompensa após encarar a temida punção. Pensando em como tranquilizar a própria filha e todas as outras crianças – que necessitam passar por algum procedimento que envolva agulha – a técnica de enfermagem Alise Clasen, aderiu aos certificados de coragem.

A ideia não surgiu por acaso. Após levar a filha de 7 anos para realizar uma coleta de sangue, a técnica percebeu que o procedimento causou um certo pânico na menina. Desde então, Aline começou a pesquisar na internet alternativas para minimizar o sofrimento das crianças, foi quando se deparou com o primeiro modelo do certificado – inicialmente impresso nas cores preto e branco. Ao revelar a proposta para o setor de comunicação do hospital, logo a sugestão foi aceita. O publicitário da instituição, Artur Cunha, desenvolveu uma arte para as meninas e outra para os meninos, além de um design alegre e colorido. “O custo é tão baixo e o retorno tão grande, que agente jamais negaria ajuda a essa iniciativa”, comenta Artur.

Prontos para ser entregues, os certificados, aos poucos, começaram a receber o nome de cada bravo cavalheiro ou bela princesa que “enfrentou a temida agulha e venceu a batalha sem derramar uma única lágrima”. “Esta foi a forma que eu encontrei de amenizar um pouco do estresse que envolve o procedimento ou o período de internação”, conta a técnica. “Se até adulto, às vezes, sente medo, imagina as crianças”, brinca.

A atitude de carinho é também uma forma de não traumatizar os pequenos. Buscando trabalhar a humanização do hospital, antes de aplicar as punções ou injeções, Aline anuncia que ao fim do processo a criança ganhará um certificado de coragem. “E as ações estão dando certo, o gesto alegra tanto a criança quanto os familiares”, revela Clasen.

O pequeno Wendrick Nunes, de apenas 7 meses, há quase uma semana, recebe medicação na veia. E mesmo que ocorra algum chorinho no início, aguenta firme todas as punções. O menino ainda não entende o sentido do certificado, mas a mãe, Daiane Bilhalva, adorou e pretende guardar de recordação para mostrar ao filho futuramente. “A ideia é muito legal”, resume.

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