Barraca da Saúde marca presença no II Encontro Nacional de Estudantes de Quilombolas

Brincadeiras com crianças, avaliações nutricionais, testes rápidos e discussões sobre os perigos do câncer de mama foram alguns dos temas tratados pelo projeto

Estudantes realizam avaliações físicas nos participantes do evento. Imagem: Ana Garrafiel

Por Ana Garrafiel

O dia 12 de outubro é, para muitos, uma data para relaxar e homenagear as crianças e Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Porém, na Escola Superior de Educação Física (ESEF) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o dia foi de discussão e conscientização. Diversas comunidades quilombolas reuniram-se no auditório da ESEF para o II Encontro Nacional de Estudantes Quilombolas. A Barraca da Saúde compareceu ao evento, levando testes rápidos, brincadeiras, avaliação nutricional e conscientização sobre o Outubro Rosa, campanha acerca do câncer de mama, aos participantes, a fim de promover a saúde e o bem estar.

Comunidades quilombolas de vários estados do Brasil reunidas no auditório da ESEF. Imagem: Ana Garrafiel

O Encontro foi estreitado em novembro do ano passado, no Sítio Arqueológico Calunga, em Goiás. Na data, foi decidido, por votação, que o próximo evento seria em Pelotas. Charlene Bandeira, de 27 anos, estudante do curso de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), é uma das coordenadoras da ação e explica: “Considerando o que a mídia passa do Rio Grande do Sul, como um local sem representatividade negra e quilombola, nós colocamos em pauta que o encontro deste ano deveria ser aqui. Aí decidimos que seria em Pelotas. Aqui tem as Charqueadas, onde o pessoal da Medicina faz festas, o mesmo pessoal que frauda cotas raciais e depois dança em cima dos corpos de nossos ancestrais. Então, decidimos que deveria ser em Pelotas, para dar essa visibilidade ao movimento negro daqui”.

Charlene, que é da comunidade de Macanudos, ressalta a importância de discutir temas relacionados aos quilombolas. “Acho que hoje em dia ocupamos um lugar na sociedade que foi conquistado, não um lugar que pensaram e planejaram pra nós. Esse encontro é importante principalmente pelos constantes retrocessos que estamos tendo, política e socialmente”, afirma.

Estudantes realizam avaliações físicas nos participantes do evento. Imagem: Ana Garrafiel

A estudante de Enfermagem Dákny Machado, de uma comunidade quilombola do município de Piratini, e seu colega Wilson apresentaram o Encontro aos organizadores da Barraca da Saúde e deram a ideia, em uma das reuniões mensais, de o projeto realizar uma ação no evento. “Esse é um dos únicos projetos que abrange e acolhe os quilombolas, aí queríamos mostrar para os outros que, dentro da UFPel, a gente é bem acolhido e consegue se inserir dentro de um projeto de extensão’’, conta.

 

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