Projects

Ongoing

(2020 – ) PANDEMIC RELATIONS: [Re]Forging our Moral Bonds in the Time of COVID-19.

Coordinator: Evandro Barbosa (UFPel)

Contributors:  Matheus de Mesquita Silveira (UCS), Silvio José Lemos Vasconcellos (UFSM), Heloisa Allgayer (UCS)

Could the Covid-19 pandemic be creating new types of bonds in human relationships? Living in pandemic times is like having the Sword of Damocles around his neck every day. This situation has led to significant changes in the modus operandi of our relationships, family, professional, social and even religious, since answering the above question requires an understanding that the moral elements of our relationships are varied. And while a wide range of philosophical discussions have mapped some moral issues related to pandemic, one thing that seems to have been overlooked is that human relations themselves have a prominent place as an object of study. We must be prepared to unfold what we call pandemic relationships to fully understand the implications of this new (temporary or otherwise) social dynamics in our moral lives. Our intention with this project is to analyze how our relationships during Pandemic times shape our moral relationships. As the title suggests, the project focuses on three main points: emotions, rationality and character traits. The first and second points can be seen as a Janus-faced phenomenon. In the first, we explore the pandemic relationships based on emotional contours. To begin with, we must the concepts of selfishness and altruism in order to understand its nuances and peculiarities in the human interactions tormented by Covid-19. And finally, fear and anger will be considered as having a negative valence in social interactions. They will be examined from the perspectives of political, psychological and for the sole purpose of increasing our understanding of individuals’ adherence to populism in the context of COVID-19. The second point deals with the rationality of our actions in extreme situations. The agency conditions are highlighted from the processes of taking the rational and non-rational decisions. Moral philosophers also need to address some responses to the rational denier, whose existence is not mere fiction in times of attacks on science. Even situations that could previously be considered common, such as washing hands before eating lunch at a restaurant or keeping a respectful distance from others are now painted in bold colors in philosophical discussions and morals. As this set of circumstances offers a shift in the natural dynamics of our considerations, it seems to pressure the rationality (instrumental or not) of our choices in risky situations. Finally, our third point considers the role that the traces of Character agents play in shaping the moral quality of our relationships in times of pandemic. The isolation and social distance caused by the pandemic can profoundly affect our moral, political and legal convictions.

 

(2021 – ) COVID-19 Pandemic and the Role of Emotions in Normative Behaviors.

Coordinator: Evandro Barbosa (UFPel)

Contributors:  Matheus de Mesquita Silveira (UCS), Silvio José Lemos Vasconcellos (UFSM), Heloisa Allgayer (UCS)

This project aims to establish the role that the physiological constitution of social mammals, especially human beings, have in the expression of basic social emotions in the context of the COVID-19 pandemic. The social relevance from emotions to these relationships established in small groups will be investigated both on a conceptual basis, as from an empirical-experimental perspective, focusing on the role of expressive movements possess in the communication of approval and social censorship in canids and social primates. Recent searches have discussed how extreme conditions act as triggers for certain emotions. The problem arises when phenomena such as a pandemic produce extreme conditions in which our moral judgments are distorted by a series of factors (prejudice, anxieties and concern about their own problems), making it difficult for our moral capacity for agency is manifested. These moral flaws add to the limits of our natural condition (deficiency of knowledge, reasoning and judgment), making our choices difficult. With regard to the study related to emotional expressions, it will be performed by presenting the general principles of emotions performed by Darwin (2000) in combination with contemporary analyzes developed by experimental psychology and biology behavioral on the topic. Based on the study of basic emotions developed by Ekman (1999), studies will be developed to map the expressive movements of social mammals with respect to basic emotions. The hypothesis is that, if these principles are homologous in different species, this will aggregate strength to the evolutionary explanation of the relationship between emotions and social behavior, offering a key to empirically solid reading to understand the relationships of social viscosity in family nuclei raised by the pandemic context.

 

Concluded

(2016 – 2019)  Agente normativo e mind-dependence na tradição contrato-construtivista.

– Coordenadores: Evandro Barbosa (UFPel) / Keberson Bresolin (UFPel) – Lattes

– Colaboradoras: Thaís Alves Costa (UCPel) – Lattes / Roberta Rego Rodrigues (UFPel) – Lattes

– Financiamento: Fapergs/CNPq

Descrição: Desde a publicação de Kantian Constructivism in Moral Theory (1980) de John Rawls, muito se tem discutido sobre a metáfora da construção como método de justificação moral a partir de propostas procedimentais, especialmente as contratualistas.1 Neste texto, Rawls faz uma afirmação que sugere controvérsias em diferentes níveis práticos, metaético e normativo: “(…) a objetividade moral deve ser compreendida em termos de um ponto de vista social adequadamente construído que todos podem aceitar. Exceto pelo procedimento de construção dos princípios de justiça, não há fatos morais.”2 Esta passagem resume três elementos essenciais para o desenvolvimento de sua teoria: tipo de objetividade, metodologia utilizada e um problema metaético que reúne realistas e antirrealistas. O objetivo deste projeto é defender um tipo de objetividade qua mind-dependence a partir do construtivismo procedimental de John Rawls para o problema da normatividade. Como hipótese inicial, iremos assumir que seu modelo de objetividade exige um tipo de fato moral enfraquecido e provisório, o que o tornaria um realista moral em um sentido mínimo. Para a confirmação desta hipótese, o projeto abordará os seguintes pontos:

i) apresentar uma definição geral de construtivismo e seu desmembramento em construtivismo procedimental (ou restritivo) e construtivismo metaético;

ii) Enquadrar o modelo construtivista como uma visão mind-dependence e discutir o problema de ontologia moral (realismo – antirrealismo);

iii) Explicitar a condição procedimental de justificação para a teoria da justiça de Rawls, especialmente sua versão contratualista;

iv) Definir normatividade e o tipo de objetividade moral que podemos alcançar nesta posição. Isso permitirá explicar porque os fatos morais não existem de forma independente das crenças morais dos indivíduos, o que, no caso de Rawls, implicaria associar sua visão construtivista a uma forma procedimentalista.

v) Tradução para o português de textos de língua inglesa que envolvem o tema (construtivismo, realismo, normatividade, contratualismo), os quais serão apresentados no formato de coletânea para a comunidade acadêmica.

(2015 – 2018) – A natureza normativa dos juízos avaliativos no contratualismo contemporâneo.
Descrição: Do que interessa para o desenvolvimento desta pesquisa, deter-me-ei no chamado consentimento estrutural (structural consent) do contratualismo de Rawls. Para este, o que vale é um contrato hipotético, cuja base é uma deliberação equitativa que leva em consideração (a) a proposição de uma situação ideal para a escolha de princípios e (b) a determinação do conjunto de princípios que serão acordados nesta situação. O problema metaético com o qual nos deparamos exige oferecer uma concepção alternativa de natureza dos fatos e verdades morais. A proposta de um contratualismo construtivista sustenta a possibilidade de que a objetividade (que deve ser distinta de uma concepção de verdade moral) pode ser construída a partir de uma ordem social ideal, mais do que derivada de uma ordem natural ou não-natural. Nesse caso, ações corretas ou erradas derivam de uma ordem social proibitiva dada por agentes racionais contratantes sob determinada condição idealizada. Rawls faz isso muito bem ao propor que a alegada objetividade dos fatos morais é, na verdade, produto de um processo de construção em que agentes racionais, em uma posição ideal (original position), alcançam um acordo sobre quais regras irão regular suas relações e comportamentos. Consequentemente, a objetividade oriunda deste procedimento de construção não parte de uma ordem independente de valores dada extra muros, tendo em vista que o método construtivista, acoplado a este procedimento heurístico, leva a um acordo sobre princípios morais/políticos racionalmente aceitos a partir de um ponto de vista social imparcial. Com Rawls, podemos seguir pelo caminho da invenção mais facilmente do que pelo da descoberta. Quando os agente de construção (agentes of construction) decidem pelo acordo, fazem-no com vista a escolha a um conjunto de normas (sef of norms) que determinam o tipo de ação requerida enquanto deveres e obrigações. Tais normais são vistas enquanto guias de ação (action guides) e não simplesmente enquanto afirmações de verdade (truth claims). O que está em jogo, portanto, é compreender a natureza dos juízos morais enquanto guias de ação com peso de objetividade. Nesse sentido, tal objetividade colocaria a condição realista de fatos morais como algo secundário na teoria, ou seja, verdades práticas não se referem diretamente a razões de preferência, escolha ou ação.

(2015 – 2018) Justificação e Legitimação do Estado: Um Diálogo entre John Rawls e Robert Nozick.

– Coordenadores: Evandro Barbosa (UFPel) / Keberson Bresolin (UFPel)

– Financiamento: CNPq 
Descrição: Nosso principal objetivo nesta pesquisa é verificar, analisar e interpretar o problema da justificação e da legitimação do Estado democrático de direito a partir dos textos A Theory of Justice (TJ), Political Liberalism (PL), Justice as Fairness: A Restatement (JFR) de John Rawls e a partir do texto Anarchy, State and Utopia (ASU) de Robert Nozick. Nossa intenção é analisar a proposta sócio democrata da ?Justice as Fairness? de John Rawls como um modo de ajuste das desigualdades sociais arbitrariamente estabelecidas. Para isso, Rawls propõe os dois princípios da justiça os quais visam atender a demanda dos conceitos políticos de liberdade e igualdade e estabelecer as condições de possibilidade da concorrência equitativa na cooperação social. Para dialogar com a proposta ?distributivista? de Rawls, analisaremos o projeto libertário de Robert Nozick, o qual critica duramente em seu livro ASU a fundamentação de um Estado distributivista, pois ele lesa profundamente os direitos individuais da liberdade e da propriedade. Nozick busca apoio para parte de sua teoria na proposta liberal de John Locke, no qual encontra sua ?pedra fundamental?, a saber, os direitos individuais. Sua filosofia baseia-se sobre a tese de que indivíduos possuem direitos invioláveis. Nesta medida, colocar estes dois grandes pensadores políticos em discussão oferece sem dúvida uma grande pesquisa para pensar o sistema de governo, sua fundamentação e sua legitimação. Para nossa pesquisa sempre será importante a atualização do pensamento dos autores para o contexto de fundamentação e legitimação do Estado democrático de direito brasileiro.