O Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana (Necvu) e o Documenta: Laboratório de Antropologia do Estado, Regulação e Políticas Públicas convidam para o I Seminário Internacional Questões de Moral, Moral em Questão: Sociologia e Antropologia do Bem em Tempos Desafiadores, que ocorrerá em 28, 29 e 30 de julho, em modalidade on-line, de 10h às 21h.
O evento, que tem apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), contará com quatro mesas redondas de pesquisadores brasileiros e estrangeiros, quatro GTs temáticos de alunos de pós-graduação selecionados em uma chamada nacional e as conferências de Monica Heintz, da Université de Paris Nanterre; Laurent Thévenot, da École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS); e Nina Eliasoph, da University of Southern California.
A programação completa, as informações e o formulário de inscrição para ouvintes se encontram no site https://www.moralemquestao.org/.
No dia 28/07, às 18h, o docente do PPGS, Rodrigo Cantu, junto com Marcella Araújo (UFRJ), debaterá os trabalhos de pós-graduandos no GT 2 – Futuro, projetividade, vida urbana, sentidos.
Título: Homem marginal e colonialismo interno: uma ausência latino-americana na epistemologia de(s)colonial, sob orientação do Professor Dr. William Héctor Gómez Soto.
Banca Examinadora: Prof. Dr. César Augusto Soares da Costa (PPGPS/UCPel) e Prof. Dr. Marcos Aurélio Lacerda da Silva (PPGS/UFPel).
Título do Projeto de Tese: “Os vasos comunicantes e as Mulheres do Presídio Regional de Bagé – Rio Grande do Sul”, sob orientação do Profa. Dr. Simone da Silva Ribeiro Gomes e co-orientação da profa. Dr. Elaine da Silveira Leite.
Banca Examinadora: Profs. Dr. Amilcar Cardoso Vilaça de Freitas e Dr. Luiz Antônio Bogo Chies.
Título do Projeto de Tese: “As novas gerações descendentes de imigrantes japoneses: entre nihonjins e gaijins, a racialização amarela no sudeste rio-grandense.”, sob orientação do Prof. Dr. Marcus Vinicius Spolle.
A professora Simone Gomes (PPGS), junto à Talita São Thiago Tanscheit (UFRJ) acaba de publicar o artigo “Authoritarian Neoliberalism and Gender-Based Violence:notes on the Covid-19 pandemic in Brazil”, na Revista Interdisciplinary Perspectives on Equality and Diversity.
A Norus – Novos Rumos Sociológicos, revista do Programa de Pós Graduação em Sociologia – UFPel, convida pesquisadores e pesquisadoras da Sociologia e áreas afins a enviarem artigos inéditos ao dossiê “Sociologia das ortodoxias e heterodoxias na economia brasileira”, organizado por Rodrigo Cantu (PPGS/UFPel) e Bruno Barreiros (Ufba), com publicação prevista no número de agosto-dezembro 2021.
O prazo para as submissões é 11 de outubro de 2021.
CHAMADA PÚBLICA PARA DOSSIÊ TEMÁTICO: “Tecnologias da Informação e Comunicação: governo, resistências e contracondutas”
Não é exagero mencionar os altos impactos sociais das Tecnologias de Informação e Comunicação nas últimas décadas. Primeiramente, no âmbito da pesquisa básica, da indústria de defesa e das grandes corporações. Em seguida, com a difusão dos computadores pessoais, houve uma significativa ampliação de suas aplicações, incluindo as mais diversas faces do cotidiano. A popularização de aparelhos móveis implicou no aumento do uso das tecnologias da informação e comunicação (TIC), contribuindo para incluir nessa dinâmica atores tradicionalmente marginalizados no âmbito das inovações tecnológicas.
O desenvolvimento de infraestruturas globais de redes de comunicação tornou possível a digitalização de informações a partir da captura e compartilhamento de dados, cuja instrumentalização passou a se dar por meio desde indivíduos, que incluem coletividades não-organizadas, até corporações altamente estruturadas. O aumento da capacidade de processamento e a redução dos custos de produção do hardware tornou viável não só a incorporação de captura e análise em máquinas de uso cotidiano, mas também popularizou a possibilidade de manuseio dos dados digitalizados a partir do emprego de uma pluralidade de ferramentas, como bancos de dados, inteligência artificial, modelização, análise estatística etc. Seus objetivos vão desde operações de vigilância, identificação de estruturas e relações sutis entre dados, até o estabelecimento de correlações diversas.
Uma das discussões centrais nas Ciências Humanas no início do século XXI é a relação entre as formas de governo inerentes às normatividades produzidas pelas TIC e o comportamento dos sujeitos implicados nessas dinâmicas. Entretanto, o debate no entorno dessas tecnologias se dá em meio a sua acelerada disseminação, produzindo reações que vão desde o entusiasmo com as possibilidades abertas até aqueles que apontam os seus efeitos negativos para o mundo social e suas consequências apocalípticas e distópicas para as relações de poder e dominação. Nesse contexto, é possível destacar análises sobre as relações da vigilância e suas mediações (Lyon, 2001; Marx, 2016), tecnologias digitais e capitalismo neoliberal (Morozov, 2018; Cardoso, 2018), e a questão civilizacional colocada pelo poder instrumental do capitalismo de vigilância (Zuboff, 2019). Inúmeros trabalhos empíricos apontam questões como os efeitos discriminatórios de sistemas de auxílio à decisão no sistema judicial, e problemas como a transparência, compreensão e a justificação das decisões administrativas (Eubanks, 2018; O´Neil, 2016; Pasquale, 2015; Oswald, 2018).
Nesse sentido, questões como o monitoramento constante e onipresente da vida cotidiana são temas familiares no debate político contemporâneo. São investimentos em machine learning, por exemplo, que implicam em carros automatizados, dispositivos inteligentes para monitoramento do lar e ubíquos drones. Nos países do Sul Global, é particularmente revelador a maneira com a qual mecanismos de vigilância tem atuado em relação a movimentos sociais, principalmente como forma de coerção e controle. Se a tecnologia do reconhecimento facial, crescentemente utilizada em vias públicas, avança como proposta de solução para problemas públicos – que incluem, notadamente o controle social em tempos de epidemias – essa também demonstra seu lado perverso no racismo algoritmo do cruzamento de dados, como engendrado em exemplos recentes.
A proposta busca incentivar análises teóricas e empíricas envolvendo as implicações atinentes às inúmeras formas de desenvolvimento, incorporação e manipulações das tecnologias de informação e comunicação nas sociedades humanas contemporâneas.
Temas como formas de governo dos indivíduos, vigilância, extração de dados, propriedade intelectual, governança e privacidade na internet são estimulados.
É no âmbito de tais reflexões que essa chamada de artigos também incentiva a submissão de pesquisas que relacionem dinâmicas de produção de violência política e o uso de tais ferramentas, independente da categoria de atores analisados. Abordagens que articulem premissas epistemológicas críticas são particularmente bem-vindas, principalmente aquelas que desloquem produções binárias como “Estatal x Não-estatal” ou “legalidade estatal de vigilância x emprego ilegal de mecanismos”.
Incentivamos, ainda, a submissão de artigos com enfoque na América Latina, mas não exclusivamente, escritos em português, espanhol ou inglês, e que versem sobre:
(a) Capitalismo de vigilância, Big data e Machine learning;
(b) Ativismo digital, cultura hacker;
(c) Violência, seus atores privados e controle privado dos dados;
(d) Desigualdades e assédio digital, racismo algorítimico;
(e) Big Tech e suas influências na cultura democrática;
(f) Cibercultura, cultura digital e capitalismo de extração de dados;
(g) Desigualdade epistêmica e assimetrias Norte-Sul global;
(h) Sociedade de controle, Sociedade de vigilância;
(i) governamentalidade algorítmica;
(j) Inteligência artificial; e
(k) Impacto das tecnologias de vigilância no sistema prisional.
As contribuições devem seguir as diretrizes para autores da revista e podem ser feitas através do sistema SEER, no site do periódico.
Título do Projeto de Tese: “Nas entrelinhas da justiça: os feminicídios nas sessões de julgamento dos tribunais de Justiça do Rio Grande do Sul e São Paulo”, sob orientação do Prof. Dr. Marcus Vinicius Spolle.
Banca Examinadora: Profs. Drs. Sergio Franca Adorno de Abreu, Simone da Silva Ribeiro Gomes, Klarisse Almeida Silva Platero e Amílcar Vilaça.
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