6. Projeto Arqueológico Alto Canoas – PARACA, Um Estudo da Presença Jê no Planalto Catarinense

O “Projeto Arqueológico Alto Canoas – PARACA, Um Estudo da Presença Jê no Planalto Catarinense”, é um desdobramento do projeto binacional “Paisagens Jê do Sul do Brasil: Ecologia, História e Poder numa paisagem transicional durante o Holoceno tardio” (projeto temático FAPESP, processo nº 12/51328-3, AHRC-UK processo nº AH/K004212/1 ). Os estudos desenvolvidos por esse grande projeto de pesquisa no sul de Santa Catarina tem por objetivo compreender a história de longa duração da interação dos povos Jê do Sul com os diferentes ecossistemas da região, desde a costa atlântica, passando pela encosta da serra coberta com mata atlântica, subindo o planalto com campo e araucárias, e chegando até a região florestada da confluência dos rios Pelotas e Canoas. No desenvolvimento do projeto “A Natureza da Ocupação Jê no Alto Planalto Catarinense e Adjacências” foram mapeados diversos sítios arqueológicos associados às populações Jê Meridionais, como as estruturas semissubterrâneas, os montículos, as estruturas anelares, as grutas com sepultamentos, os sítios litocerâmicos e os sítios com inscrições rupestres. Nesse cenário, ainda apareceram alguns sítios em que são encontradas pontas de projétil lascadas comumente associadas à tradição arqueológica Umbu. Após essa etapa inicial de pesquisa constatou-se que o adensamento e a diversidade de sítios do Alto Rio Canoas reflete um processo de longa duração – que avança por um período de, pelo menos, 2000 anos de história (Corteletti 2012). A arqueologia das terras baixas sul-americanas é cada vez mais reconhecida como um campo de inúmeras pesquisas sobre a emergência de complexidade cultural e social dos povos que aqui viviam (DeBlasis et al. 2007; Iriarte 2006, 2009; Iriarte et al. 2004; Lima e Lópes Mazz 2000; Schmidt e Heckenberger 2009). As pesquisas sobre os Jê Meridionais não fogem a essa constatação, mesmo que poucas tenham abordado essa perspectiva diretamente. Assim sendo, a proposta do PARACA é falar a respeito de temas como territorialidade, relações econômicas e sociais e percepções de mundo que existiram no alto Canoas

Escavação realizada em 2016, no sítio Bonin, em Urubici-SC (Foto: Rafael Corteletti)

Análise das cerâmicas no LEPAARQ após escavações realizadas em 2017, no sítio Bonin, Urubici – SC (Foto: Rafael Corteletti)

Imagem aérea da área escavada no sítio Abreu&Garcia, Campo Belo do Sul – SC, 2014 (Foto: Rafael Corteletti)

Visita da escola José Joaquim de Lima Xavier ao sítio Abreu e Garcia, em 2015, Campo Belo do Sul- SC (Foto: Rafael Cortelleti)